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Internacional

Rússia inicia retirada de tropas na fronteira

16 de Fevereiro de 2022 às 00:01
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O movimento ainda é visto com desconfiança pela Otan.
O movimento ainda é visto com desconfiança pela Otan. (Crédito: AFP PHOTO / RUSSIAN DEFENCE MINISTRY)

O Ministério da Defesa russo informou ontem (15) que algumas tropas estão sendo retiradas da fronteira com a Ucrânia. Soldados e equipamentos militares foram removidos em trens, caminhões e enviados de volta para suas guarnições, segundo o Kremlin, em um possível sinal de que Moscou pode estar se afastando da ameaça de invasão.

O tamanho da retirada, no entanto, é incerto e pode envolver apenas uma fração das forças da Rússia na fronteira. Segundo autoridades ocidentais, mais de 130 mil soldados russos estão mobilizados na região, o que corresponde a pelo menos 60% das forças terrestres do país.

A notícia da retirada de tropas foi questionada pela Otan, que diz não ver nenhum indício de retirada e de redução das tensões. Em Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse ver motivos para um “otimismo cauteloso” sobre o anúncio russo, mencionando a disposição de Moscou em continuar as negociações. No entanto, ele afirmou que ainda não há sinal de recuo. “Não vimos nenhuma redução de escala no terreno, nenhum sinal de presença militar russa reduzida na fronteira com a Ucrânia”, afirmou Stoltenberg.

Em Washington, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que, apesar do anúncio de retirada de partes das tropas russas, um ataque à Ucrânia ainda não está descartado. Em pronunciamento, ele voltou a prometer sanções em caso de invasão. “Os EUA estão preparados, aconteça o que acontecer”, disse. “Estamos prontos para garantir a estabilidade da Europa.”

A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, disse que “qualquer passo verdadeiro de desescalada seria um momento de esperança. Mas até agora só há anúncios e precisamos de fatos”. O primeiro-ministro britânico Boris Johnson foi na mesma linha: “As informações que estamos vendo hoje não são animadoras. Hospitais de campanha russos estão sendo construídos perto da fronteira com a Ucrânia, em Belarus, o que só pode ser interpretado como preparação para uma invasão”. (Da redação, com informações da AFP)