Uma marcha de protesto de cerca de três mil pessoas na cidade de Iquique, norte do Chile, teve ontem ameaças xenófobas e queima de pertences dos imigrantes venezuelanos em situação ilegal. A manifestação aconteceu um dia depois da violenta desocupação de uma praça lotada de famílias.

A partir da praça Prat, no centro histórico de Iquique, os manifestantes marcharam por dez quarteirões até a praia, onde houve enfrentamento com policiais. Algumas pessoas do grupo pediam que os mais violentos respeitassem o ato, que seria pacífico.

“Inadmissível humilhação contra migrantes, especialmente vulneráveis, afetando-os no mais pessoal”, escreveu no Twitter Felipe González, relator especial das Nações Unidas sobre os direitos humanos dos migrantes. ‘O discurso xenófobo, vinculando migração à delinquência, que infelizmente tem se tornado cada vez mais frequente no Chile, alimenta este tipo de barbárie”, acrescentou González.

A chegada de estrangeiros ao Chile por passagens clandestinas somaram 23.673 até julho, quase 7 mil a mais do que em todo o ano passado, segundo o relatório do Serviço Jesuíta aos Migrantes (SJM) no mês de setembro. (AFP e Redação)