Internacional
EUA teme por novos atentados em Cabul
O Pentágono alertou ontem (27), um dia depois do atentado que matou dezenas de pessoas nas imediações do aeroporto de Cabul, para “ameaças reais” de novos ataques à missão de evacuação do Afeganistão. O general Hank Taylor disse que os voos para retirar estrangeiros e afegãos do Afeganistão continuaram em um ritmo acelerado após o ataque reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Taylor, vice-diretor de operações regionais do Estado-Maior Conjunto, disse que apenas um homem-bomba, e não dois como relatado inicialmente, executou o ataque. “Não acreditamos que tenha ocorrido uma segunda explosão no hotel Baron ou próximo a ele, foi apenas um suicida”, disse. Inicialmente, acreditava-se que teria havido uma segunda explosão no hotel Baron, localizado a cerca de 200 metros da porta de entrada principal do Aeroporto Internacional Hamid Karzai.
O porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, John Kirby, disse que a operação em Cabul continua, apesar de relatórios de inteligência sugerirem que o EI-Khorasan, o braço afegão do Estado Islâmico, pretende lançar mais ataques. “Ainda acreditamos que existem ameaças reais... Ameaças específicas e possíveis”, disse Kirby.
O atentado de quinta-feira matou 13 soldados americanos e ao menos 170 cidadãos afegãos, incluindo mulheres e crianças, de acordo com um funcionário do Ministério da Saúde, que falou sob condição de anonimato com a emissora ABC News.
Presença americana
O Taleban pediu aos Estados Unidos que mantenham uma presença diplomática em Cabul após a retirada de suas tropas, mas Washington ainda não decidiu seus planos, disseram autoridades americanas ontem (27).
Os novos governantes linha-dura do Afeganistão querem que os países mantenham suas embaixadas abertas assim que a operação de evacuação terminar, em 31 de agosto. Ainda existem 5.400 pessoas dentro do aeroporto esperando para serem retiradas.
Depois que o Taleban assumiu o poder em meados de agosto, os diplomatas americanos restantes na embaixada se deslocaram para o aeroporto de Cabul, protegido por tropas americanas. Mas os militares americanos devem deixar Cabul na terça-feira, de acordo com o cronograma estabelecido pelo presidente Joe Biden. Portanto, se o presidente mantiver a missão em Cabul, não haverá soldados para proteger os diplomatas.
Apesar de manterem contato estreito com os talebans por causa da operação de evacuação, os americanos descartam qualquer possibilidade de reconhecimento rápido deste governo, disse aos jornalistas a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. “Quero ser bem clara quanto a isso”, disse. (Da Redação, com informações da AFP)