Europa Mediterrânea
Incêndios na Grécia já duram 12 dias seguidos
Incêndios fora de controle, impulsionados pela pior onda de calor das últimas três décadas, vêm causando devastação em partes da Europa mediterrânea, especialmente na Itália e na Grécia. Ontem, no 12º dia consecutivo de destruição causada pelas chamas, 2 mil pessoas foram retiradas em balsas da ilha grega de Evia, a segunda maior do país, ao norte de Atenas.
Com temperaturas superiores a 45ºC, as chamas já destruíram cinco aldeias gregas e ameaçam casas de bairros no subúrbio de Atenas. Pontos turísticos famosos, como a Acrópole, tiveram de ser fechados em razão do calor e da fumaça. “Se alguém duvida que a mudança climática é real, que venha e veja a intensidade do fenômeno aqui”, disse o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.
A situação também é dramática na Itália, principalmente na Sicília e na Calábria. Segundo autoridades italianas, 70 grandes focos de incêndios já queimaram uma área equivalente a 140 mil campos de futebol -- quatro vezes mais do que a média entre os anos de 2008 e 2020. Registros oficiais mostram um total de 12 mortos em três países: Grécia, Itália e Turquia.
Um grande incêndio também vem consumindo a Sibéria. Ontem, especialistas da Rosgidromet, agência russa de monitoramento ambiental, disseram que a fumaça causada pelas chamas já viajou 3 mil quilômetros e chegou ao Polo Norte. O fogo já queimou 34 mil quilômetros quadrados de Yakutia, região mais fria da Rússia Os incêndios já queimaram 140 mil quilômetros quadrados no país todo.
A crise fez a União Europeia montar a maior operação contra o fogo de sua história. Na Grécia, os bombeiros receberam reforços de 22 países. Helicópteros, aviões, quase 1,3 mil homens e 200 veículos foram enviados pelos governos de França, Chipre, Suécia, Espanha, Croácia, República Checa, Sérvia e Romênia. No fim de semana, Alemanha, Polônia, Áustria e Eslováquia também ofereceram ajuda.
A economia da ilha, que dependia da produção de vinho e resina, foi arrasada pelo fogo. Segundo a imprensa grega, o dano é incalculável. Os que permaneceram em Evia agora contam os estragos. “Foi a maior catástrofe da história do povoado”, disse Makis Ladogiannakis, um dos sobreviventes. (Da Redação com Estadão Conteúdo)