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Meio Ambiente

Clima deve ficar 1,5ºC mais quente até 2040

10 de Agosto de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
(Crédito: Fábio Rogério / Arquivo JCS (14/9/2020))

A Terra está esquentando mais rápido do que era previsto e se prepara para atingir 1,5ºC acima do nível pré-industrial entre 2030 e 2040, pelo menos dez anos antes do que era esperado Com isso, haverá eventos climáticos extremos em mais frequência, como enchentes e ondas de calor. A mensagem foi dada ontem (9), pelo Painel Intergovernamental sobre o Clima (IPCC) da Organização das Nações Unidas.

O que se fará agora definirá o tamanho do impacto na vida de 7,6 bilhões de pessoas no planeta. Certo é que os efeitos do aquecimento virão. A redução sustentada nas emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa, no entanto, ainda pode limitar as ameaças dessas mudanças climáticas. Caso contrário, alguns dos efeitos diretos para países como o Brasil serão secas mais frequentes e a queda na capacidade de produção de alimentos.

Desde 1850, já avançamos ao menos 1,1ºC na média da temperatura global. Mais 0,4ºC de aumento vai produzir número maior de secas severas, ondas de calor, chuvas torrenciais, enchentes, tornados, incêndios florestais e reforçar a tendência de aumento do nível do mar. Todos esses efeitos já ocorrem em nível superior aos do passado.

A lista, no entanto, vai além e a frequência desses eventos extremos está diretamente ligada ao quanto nós veremos a Terra esquentar neste século. Ou seja, ainda resta uma “janela de oportunidade”, cada vez menor, para tentar limitar o aquecimento abaixo de 2º C até 2100, como definido no Acordo de Paris em 2015 (pacto assinado por quase todos os países para conter o aquecimento do planeta). Mas a postura negacionista de algumas autoridades tem sido apontada por especialistas como um dos principais obstáculos. “Já sabemos há décadas que o mundo está esquentando, mas o relatório nos diz que mudanças recentes no clima são disseminadas, rápidas e se intensificam, de maneira sem precedentes em milhares de anos”, diz Ko Barrett, vice-presidente do painel. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que o documento é um “alerta vermelho” para a humanidade.

Os 234 cientistas de 66 países reunidos pelo IPCC produziram um relatório com mais de 14 mil referências citadas, com um total de 517 contribuições de outros autores. (Da Redação com Estadão Conteúdo)