Buscar no Cruzeiro

Buscar

Internacional

Milhares protestam contra restrições sanitárias na Europa

25 de Julho de 2021 às 00:01
AFP
Grupos repudiam passaporte de saúde e vacina obrigatória.
Grupos repudiam passaporte de saúde e vacina obrigatória. (Crédito: CLEMENT MAHOUDEAU / AFP (24/7/2021))

Dezenas de milhares de pessoas protestaram ontem na França, Itália e Austrália contra as novas restrições sanitárias, que buscam acelerar a vacinação contra a Covid-19 e impedir a variante Delta.

Aos gritos de “Liberdade, liberdade”, mais de 160 mil pessoas -- pelo menos 11 mil em Paris -- protestaram contra a utilização do passaporte de saúde em inúmeras atividades e a vacinação obrigatória para várias profissões, como médicos ou empregados de mesa.

“Nosso país está se tornando totalitário”, afirmou Jean-Claude Dib, de 71 anos, um caminhoneiro aposentado presente na manifestação em Marselha, onde mais de 4 mil pessoas participaram.

Em Paris, uma manifestação de “coletes amarelos”, a revolta que abalou o país durante o inverno de 2018-2019, começou na praça da Bastilha e foi marcada por incidentes esporádicos entre manifestantes e policiais. Nove pessoas foram detidas, de acordo com o Ministério do Interior.

Outra concentração ocorreu no Trocadero, perto da Torre Eiffel, onde o ex-eurodeputado da extrema direita Florian Philippot denunciou o “apartheid” promovido pelo governo francês e pediu a renúncia do “tirano” Macron.

No entanto, a maioria dos franceses (76%) é a favor da vacinação obrigatória para o pessoal de saúde, segundo pesquisa publicada em 13 de julho, um dia após o anúncio da medida. A obrigatoriedade do passe sanitário (vacinação completa ou teste negativo recente) para ter acesso a locais públicos também é apoiada pela maioria da população.

“Liberdade”

Após o anúncio das restrições na França, a Itália seguiu o mesmo exemplo e a partir de 6 de agosto exigirá um passaporte de saúde para acessar espaços públicos fechados. Milhares de italianos manifestaram-se ontem contra a medida, em várias cidades, de Nápoles a Turim, com gritos de “Liberdade” e “Abaixo a ditadura!”.

Apesar da agitação nas ruas, os governos estão multiplicando as restrições para impedir o rápido avanço da variante Delta do coronavírus, no quadro de uma pandemia que causou mais de 4,1 milhões de mortes no mundo.

A Alemanha endureceu as restrições às viagens para a Espanha, incluindo as Ilhas Baleares e Canárias, após um aumento considerável de casos nessas áreas turísticas. A Espanha exigirá quarentena obrigatória de 10 dias para viajantes da Argentina, Colômbia, Bolívia e Namíbia, a partir de 27 de julho. (AFP)