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Cirurgia feita pelo Papa Francisco é comum, mas tem riscos

O Papa precisou passar por intervenção cirúrgica no último domingo para tratar uma doença no intestino

05 de Julho de 2021 às 08:54
Estadão Conteúdo [email protected]
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Se não tratada, a doença pode evoluir para uma inflamação maior. (Crédito: ARQUIVO AFP)

O tipo de cirurgia a que se submeteu o papa Francisco neste domingo (4) é considerada comum principalmente em pacientes mais velhos, mas apresenta riscos, afirmam especialistas.

A estenose diverticular, espécie de estreitamento no intestino, apresenta diversas manifestações clínicas. O envelhecimento do tecido leva ao aparecimento de pequenas bolsas, os divertículos, que são pontos de fraqueza. Pode não ter nenhum sintoma associado, mas se há evolução, o paciente tem dificuldade para evacuar, alteração nas fezes e aumento de riscos de obstrução intestinal.

Paulo Gustavo Kotze, coloproctologista dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, de Curitiba, também explica que a doença pode evoluir para uma inflamação maior, a diverticulite. "Ocorre quando há muitas perfurações dessas bolsinhas. A depender de seu grau, pode causar infecções mais severas, como uma perfuração maior que leva à peritonite, uma inflamação geral", afirma.

Kotze explica ainda que toda cirurgia no intestino grosso é considerada de média para alta complexidade. "Quando temos uma junção intestinal, é possível ter risco de vazamento, ou infecção local pós-operatória."

Recuperação

A cirurgia laparoscópica, menos invasiva, apresenta a melhor condição de recuperação. O paciente geralmente sente menos dor, e recupera as funções vitais mais rápido. Já a cirurgia aberta pode trazer dor associada, por ter trauma local maior, explicam os especialistas. O Vaticano não informou ontem qual foi o tipo de procedimento realizado.