Buscar no Cruzeiro

Buscar

Exterior

China aumenta limite para até três filhos por família

Objetivo é reativar a taxa de natalidade no país mais populoso do mundo

31 de Maio de 2021 às 10:05
AFP
Duas mulheres conversam em parque na cidade de Pequim, na China
Duas mulheres conversam em parque na cidade de Pequim, na China (Crédito: NICOLAS ASFOURI / AFP)

A China vai autorizar até três filhos por família, ao acabar com o limite de dois ainda em vigor, com a esperança de reativar a taxa de natalidade no país mais populoso do mundo.

Três semanas depois da divulgação dos resultados do último censo no país, que revelou uma forte desaceleração do crescimento de sua população, com uma expressiva queda da taxa de natalidade, a China decidiu liberalizar sua política familiar, com o limite de, no máximo, três filhos por casal.

"Em resposta ao envelhecimento da população (...) os casais serão autorizadas a ter três filhos", informou a agência estatal de notícias Xinhua, ao destacar as conclusões de uma reunião do gabinete político do Partido Comunista comandada pelo presidente Xi Jinping.

A medida deve ser acompanhada por "medidas de apoio" às famílias, acrescentou a agência, sem revelar detalhes.

No início de maio, os resultados do censo realizado em 2020 revelaram um envelhecimento mais rápido que o esperado da população chinesa.

No ano passado, marcado pela pandemia da Covid-19, o número de nascimentos no país caiu para 12 milhões, contra 14,65 milhões em 2019, ano em que a taxa de natalidade (10,48 por 1.000 habitantes) foi uma das menores desde a fundação da China comunista, em 1949.

No fim dos anos 1970, as autoridades chinesas descobriram com espanto que a população se aproximava de um bilhão de habitantes, quase o dobro na comparação com 1949. Em resposta, o então homem forte do regime, Deng Xiaoping, impôs a "política do filho único", que previa fortes multas para os infratores, mas com flexibilizações para as minorias étnicas, ou famílias de agricultores, quando o primeiro filho era uma menina.

Depois de mais de três décadas da "política do filho único", muito criticada - por abortos e esterilizações forçadas -, a China flexibilizou as regras em 2016 e permitiu a todos os chineses terem o segundo filho.

A nova política foi insuficiente para estimular a taxa de natalidade, em queda livre por várias razões.

Entre os motivos estão a redução dos casamentos, o aumento do custo da moradia e da educação, a decisão das mulheres de adiarem os planos de gravidez para privilegiar a carreira profissional e o excesso do número de homens em relação às mulheres, devido à preferência tradicional por filhos homens.