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Economia

G7 se compromete a não financiar centrais de carvão

Medida será tomada a partir de 2022 para conter as mudanças climáticas

23 de Maio de 2021 às 00:01
AFP
Mudança faz parte da transição de combustíveis fósseis para fontes renováveis.
Restrições fazem parte da transição de combustíveis fósseis para fontes renováveis. (Crédito: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / ARQUIVO AFP (12/4/2021))

O grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) decidiu deixar de financiar centrais térmicas de carvão no final deste ano para contribuir para a luta contra as mudanças climáticas.

Os países mais ricos do planeta também se comprometem a “descarbonizar (reduzir as emissões de carbono)” de suas fontes de energia elétrica ao longo da década de 2030, segundo o comunicado final. Isso significa reduzir drasticamente o uso do petróleo, gás e carvão para produzir eletricidade.

“O G7 reconhece que qualquer novo investimento na produção de eletricidade a partir do carbono no mundo deve parar imediatamente, já que não é compatível com o objetivo” de limitar o aquecimento do planeta a um máximo de 1,5ºC até o final do século, como foi estabelecido no Acordo de Paris, diz o comunicado.

“É um passo adiante importante, porque só assim nós, os países industrializados, podemos exigir credivelmente que outros nos sigam nesse caminho”, explicou a ministra alemã do Meio Ambiente, Svenja Schulze.

Os membros do clube de países ricos estão comprometidos com o objetivo de alcançar a neutralidade em termos de emissões de carbono “no mais tardar em 2050”. A Alemanha aumentou recentemente seus objetivos climáticos para chegar a essa meta em 2045.

O Reino Unido, que preside atualmente o G7, organizará a conferência sobre o clima COP26 presencialmente em novembro em Glasgow (Escócia).

A medida “estabelece as bases de uma transição radical para a energia limpa”, acrescentou a ministra francesa do Meio Ambiente, Barbara Pompili, elogiando a decisão do Japão de aderir à iniciativa.

Os países integrantes do G7 são Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Reino Unido. São os principais fabricantes de automóveis do mundo, e com esta medida, se comprometem a “acelerar radicalmente” a transição desse setor para as energias limpas, indicou o texto. O grupo deixará de subsidiar o setor dos combustíveis fósseis em 2025.

E, ao mesmo tempo, afirma o comunicado, estabelece novas metas ambientais: conservar ou proteger pelo menos 30% da superfície do planeta e pelo menos 30% da superfície do mar até 2030.

Na Conferência do Clima (COP) de 2015, em Paris, a comunidade internacional se comprometeu a tomar medidas para limitar o aumento da temperatura média do planeta a menos de 2ºC, e ou igual a 1,5ºC.

Mas a grande maioria dos emissores de gases de efeito estufa do planeta não conseguiu implementar seus objetivos de curto e médio prazo.

A COP26 em Glasgow é “a última esperança” para manter esse objetivo de forma realista, segundo o presidente do evento climático, o legislador britânico Alok Sharma. (AFP)