Economia
Inflação menor estimulou consumo em outubro
A alta de 0,5% no comércio varejista brasileiro em outubro ante setembro foi decorrente de uma combinação de fatores que estimularam o consumo, entre eles uma trégua da inflação e o mercado de trabalho aquecido, avaliou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal do Comércio no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O avanço no volume vendido em outubro foi a primeira alta estatisticamente significativa desde março, quando houve crescimento de 0,7%. “Fato é que é um crescimento que está espalhado”, disse Santos. “Apenas tecidos, vestuário e calçados caíram. E além disso, esse mês tem uma coincidência de fatores que de alguma maneira vêm para estimular o consumo, dentre eles foi a inflação. A inflação cede, alguns itens tiveram até deflação”, completou.
Santos lembrou ainda que houve manutenção da melhora no mercado de trabalho em outubro, com alta sustentada na massa de rendimentos dos trabalhadores e elevação no número de ocupados.
Além disso, houve nova expansão em outubro no crédito à pessoa física, inclusive para aquisição de veículos, mesmo sob juros altos, com a manutenção da taxa básica de juros no patamar de 15% ao ano. “A despeito disso, o crédito a pessoa física não tem cedido. Cede um pouco num mês ou noutro, mas em outro de alguma maneira ele compensa”, afirmou.
As vendas nos segmentos de supermercados e artigos farmacêuticos vêm sustentando, em mais longo prazo, o desempenho do comércio varejista brasileiro, embora “não tenham ido tão bem” em outubro, avaliou Cristiano Santos.
No comércio varejista ampliado — que inclui veículos, material de construção e atacado alimentício — houve expansão de 1,1% nas vendas. (Estadão Conteúdo)