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Economia brasileira

PIB desacelera e cresce apenas 0,1% no 3º trimestre

Atividade econômica estagnada sente os efeitos dos juros altos

04 de Dezembro de 2025 às 21:14
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Alta no setor industrial foi de 0,8%
Alta no setor industrial foi de 0,8% (Crédito: DIVULGAÇÃO / CNI)

Com a taxa básica de juros no maior patamar em quase 20 anos, a economia brasileira desacelerou. No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,1% na comparação com os três meses anteriores. O número foi divulgado ontem (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, o PIB avançou 1,8%.

“Com os dados do terceiro trimestre, vemos sinais claros de que a economia está desacelerando”, afirma Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank.

Como em anos anteriores, a economia brasileira tem mostrado mais força no primeiro semestre, por causa do bom desempenho da agropecuária e por estímulos fiscais, como o aumento real do salário mínimo e a antecipação do pagamento do 13º para aposentados.

Ontem, o IBGE também revisou os números do PIB de leituras anteriores. No primeiro trimestre, o crescimento de 1,3% passou para um avanço de 1,5%, e a alta de 0,4% do segundo trimestre foi reduzida para 0,3%.

Com a inflação acima da meta de 3%, o Comitê de Política Monetária (Copom) promoveu um duro aperto e levou a taxa básica de juros para 15% desde junho. Um dos motivos que ajuda a explicar a Selic elevada no Brasil tem a ver com a incerteza com o rumo da política fiscal, o que amplia a percepção de risco dos investidores com o País e faz com que eles exijam um retorno maior para aplicar seus recursos na economia brasileira.

“É uma economia que ainda está em lenta desaceleração, mas com alguns pontos de resiliência”, diz Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.

Do lado da oferta, houve um crescimento generalizado na comparação com o segundo trimestre. A alta no setor de serviços e na indústria foi de 0,1% e 0,8%, respectivamente. A agropecuária subiu 0,4%.

Pelo lado da demanda, o consumo das famílias e o consumo do governo avançaram 0,1% e 1,3%, respectivamente. A formação bruta de capital fixo cresceu (0,9%), assim como as exportações (3,3%) e as importações (0,3%) — o terceiro trimestre já contemplou os efeitos do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. (Estadão Conteúdo)