A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) afirmou lamentar o fato de a nova ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira (14), não conter a exclusão integral das tarifas de 50% impostas sobre os cafés do Brasil, principalmente os cafés especiais.

A nova orientação da Casa Branca retira a taxa recíproca de 10% sobre a importação dos cafés do Brasil, mas mantém os 40% adicionais, que estão em vigência desde agosto deste ano.

Carne bovina de alta qualidade e frutas como caju, coco, laranja, tomate e banana também foram excluídas da alíquota adicional de 10%.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a retirada pelos Estados Unidos da tarifa recíproca de 10% para uma ampla lista de produtos agrícolas a todos os países expõe a urgência de o Brasil avançar nas negociações para eliminar a sobretaxa de 40% aplicada exclusivamente aos exportadores brasileiros.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, calcula que o ajuste na política de tarifas norte-americanas oficializada em decreto na sexta-feira melhora a posição de competidores internacionais, enquanto setores tradicionais do Brasil seguem enfrentando barreiras elevadas.

“Países que não enfrentam essa sobretaxa terão mais vantagens que o Brasil para vender aos americanos. É muito importante negociar o quanto antes um acordo para que o produto brasileiro volte a competir em condições melhores no principal destino das exportações industriais brasileiras”, diz Alban. (Estadão Conteúdo)