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Febraban: riscos de crimes financeiros ‘explodiram’

Vulnerabilidade ocorre desde legalização das bets, diz presidente da entidade

22 de Outubro de 2025 às 22:17
Cruzeiro do Sul [email protected]
Isaac Sidney afirmou que é preciso aumentar vigilância
Isaac Sidney afirmou que é preciso aumentar vigilância (Crédito: DIVULGAÇÃO / FEBRABAN)

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, definiu as apostas esportivas ilegais como uma vulnerabilidade do sistema financeiro. Para ele, desde a legalização das bets, os riscos de ilícitos financeiros “explodiram”.

Na abertura do 15º Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (PLDFT), ontem (22) em São Paulo, Sidney opinou que o Estado “errou bem a mão” ao legalizar os jogos on-line. No entanto, a atividade passou a ser legitima após a legalização, na visão dele. “O que temos de fazer é fortalecer os nossos laços contra qualquer trilha que faça do que é legal o ilegal”, defendeu. Ele acrescentou que os bancos precisam manter vigilância com recursos ilícitos associados a apostas e exigir que todos os agentes do setor financeiro atuem com rigor nessa frente. E lembrou que o crime organizado agora também atua em cadeias lícitas da economia brasileira.

Segundo Sidney, o setor bancário exige “celeridade e efetividade” em reformas legais e regulatórias para dar mais agilidade à resposta do sistema ao crime financeiro. “O compartilhamento de informações entre bancos, Banco Central, Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e órgãos públicos é vital para antecipar ações estratégicas e fortalecer a resposta rápida aos desafios”, destacou

O presidente da Febraban reconheceu que a abertura do setor financeiro é importante. No entanto, alertou para a “proliferação” de instituições que se mostram “frágeis e vulneráveis” nos processos de combate ao crime financeiro. Segundo ele, as investigações recentes escancaram “a gravidade do cenário sombrio” e que os bancos estão atentos a esse momento

Para Sidney, instituições que negociem ou se mostrem omissas em relação ao crime financeiro precisam ser alcançadas pelos braços sancionadores do Banco Central, do Coaf e do poder público. Esses órgãos estão endurecendo o processo contra ilícitos financeiros, de acordo com ele.

Coaf

O presidente do Coaf, Ricardo Andrade Saadi, informou que o órgão trabalhará em parceria com a Febraban para modernizar os sistemas tecnológicos internos de combate ao crime financeiro. “Nosso sistema precisa de atualização”, afirmou ele, no mesmo congresso de que participou o presidente da Febraban.

“Temos de ter gestão de risco proativa e inteligente. Não podemos ver a prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo apenas como obrigação regulatória”, argumentou Saadi.

Campanha

A Febraban iniciou ontem, a segunda fase da campanha contra golpes e fraudes eletrônicas. Com o mote “Diga não aos golpes: Sua Segurança é Coisa Séria”, a iniciativa é uma parceria com a Meta, que utilizará criadores de conteúdo para amplificar a conscientização sobre o tema nas redes sociais.

A ação é parte do projeto publicitário “Se é golpe, tem contragolpe”, iniciado no ano passado com a participação do humorista Fábio Porchat. Desta vez, influenciadores vão abordar questões como fraudes bancárias para diferentes públicos.

“Além das ações de comunicação, os bancos investem anualmente cerca de R$ 5 bilhões em cibersegurança e prevenção a fraudes”, afirmou o diretor-adjunto de Serviços e Segurança da Febraban, Walter Faria. (Estadão Conteúdo)