O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse na quarta-feira (20) à noite em entrevista à Voz do Brasil, que o governo brasileiro vai comprar produtos perecíveis, como frutas, peixes e carnes, que inicialmente, seriam vendidos aos Estados Unidos. Os itens foram afetados pelo tarifaço promovido por Donald Trump contra os produtos brasileiros.

Segundo Teixeira, o destino dos produtos deve ser a merenda escolar, alimentação das forças armadas, hospitais, restaurantes universitários e os programas de aquisição de alimentos destinados às populações em insegurança alimentar.

“O governo vai estimular que Estados e municípios possam adquirir esses produtos pelos programas públicos da alimentação escolar”, afirmou. Paulo Teixeira explicou que isso vai representar uma alimentação escolar, por exemplo, com produtos da melhor qualidade.

“Nós estamos só regulamentando porque percebemos que alguns setores conseguem redirecionar rapidamente esses programas para outros países”. Um dos exemplos de redirecionamento que ele citou foi o caso da castanha que deve ser enviada para países da Europa.

“O mesmo acontece com o café. Não tem café no mundo hoje, em lugar nenhum, para substituir o produto brasileiro”, argumentou o ministro.

No caso da carne, o ministro afirmou que o produto pode ser estocado, congelado e redirecionado. No entanto, produtos mais perecíveis como mel, açaí, uva e peixes deverão ser absorvidos nos programas nacionais de compras públicas.

Cadeia produtiva

Teixeira ressaltou que as compras vão proteger os empreendedores diretos e toda a cadeia produtiva. O ministro conta que os exportadores venderão os produtos pelo preço que eles utilizariam no mercado interno. “Certamente o governo não tem como pagar o preço em dólar, que é o preço de exportação. Mas o governo tem como pagar o preço do mercado interno.”

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, o governo vai incluir em todos os seus editais de compras públicas a aquisição para que não haja perda de alimentos. (Agência Brasil)