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Aneel

Energia sobe em agosto e vai pressionar inflação

Consumidor vai pagar mais na conta de luz: R$ 7,97 a cada 100 kWh

26 de Julho de 2025 às 22:27
Cruzeiro do Sul [email protected]
Entra em vigor o adicional da bandeira tarifária mais cara, no patamar 2
Entra em vigor o adicional da bandeira tarifária mais cara, no patamar 2 (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO / ARQUIVO JCS (10/8/2022))

A conta de luz em agosto terá o adicional de bandeira tarifária mais alto, a bandeira vermelha patamar 2. É o primeiro acionamento neste nível desde outubro passado. O anúncio foi feito na sexta-feira (25), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e deve pressionar ainda mais a inflação.

A bandeira tarifária vermelha patamar 2 gera cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos. A agência reguladora apontou para o índice de chuvas abaixo da média em todo o País e consequente redução da geração de energia nas usinas hidrelétricas. Com isso, há um aumento nos custos devido à necessidade de acionamento de fontes mais onerosas, como as usinas termelétricas.

Desde junho, a Aneel vem adotando a bandeira vermelha, no patamar 1, o que resultou em adicional de R$ 4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Inflação

O subitem energia foi, justamente, um dos responsáveis pela alta de 0,33% da prévia da inflação em julho, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta da energia foi de 3,01%, com peso de 0,12 ponto porcentual sobre o cálculo do IPCA-15.

A variação de 0,33% do indicador em julho é a maior para o mês desde 2021. O índice voltou a acelerar após três meses consecutivos de desaceleração. No mês anterior, a elevação havia sido de 0,26%. O resultado veio um pouco acima da mediana dos economistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 0,31%. O intervalo das expectativas estava entre 0,21% e 0,36%.

Com o resultado, o IPCA-15 registrou aumento de 3,40% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 5,30%, ante taxa de 5,27% até junho.

Além da energia elétrica, o índice foi puxado por passagens aéreas, que subiram 19,86%. Transporte por aplicativo também teve forte alta, de 14,55%. Na outra ponta, houve recuo no preço da gasolina, de 0,5%; batata inglesa (-10,48%); perfume (-1,54%); gás veicular (-1,21%); diesel (-1,09%) e etanol (-0,83%). Os preços de alimentação e bebidas caíram 0,06% em julho, após queda de 0,02% em junho.

Para o economista sênior do banco Inter, André Valério, o resultado da inflação de julho não demonstra piora da inflação, indicando um resultado “nem quente nem frio” para a política monetária. Apesar de os serviços seguirem em patamar elevado, Valério atenta para o alívio da inflação de serviços intensivos em trabalho, de 0,48% em junho para 0,26% em julho. (Estadão Conteúdo)