Ataque hacker
Polícia prende suspeito de desviar quase R$ 1 bi
Homem era funcionário de empresa terceirizada do Banco Central

A Polícia Civil prendeu ontem (4) um suspeito pelo ataque hacker ao sistema da C&M Software. Ele seria funcionário de uma empresa terceirizada do Banco Central e deu acesso, por sua máquina, ao sistema sigiloso do banco aos hackers que efetuaram o ataque.
João Nazareno Roque confirmou à polícia que entregou a senha de acesso para terceiros, que cometeram a fraude. Ele teria confessado sua participação ao vender seu login e senha por R$ 5 mil. Logo depois recebeu mais R$ 10 mil para criar um sistema que permitisse os desvios. Os serviços da companhia haviam sido suspensos pelo BC após um ataque hacker afetar suas infraestruturas e prejudicar pelo menos seis instituições financeiras. O ataque, um dos maiores já registrados no sistema financeiro do País, resultou em um desvio de ao menos R$ 800 milhões na última terça-feira (1º).
A C&M afirmou ter sido vítima de uma ‘ação criminosa externa‘, originada a partir da violação do ambiente de um cliente, cujas credenciais de integração foram indevidamente utilizadas. “Não houve invasão direta aos sistemas da CMSW. Os sistemas críticos seguem íntegros e operacionais”, diz a empresa.
Segundo a prestadora de serviços, o ataque foi executado a partir de uma simulação fraudulenta de integração, em que um terceiro usou as credenciais legítimas de um cliente para acessar os serviços como se fosse uma instituição financeira autorizada.
O desvio de valores de contas da C&M é considerado o maior golpe sofrido por instituições financeiras no Brasil, de acordo com a Polícia Civil de São Paulo.
O BC, a Polícia Federal e a Polícia Civil de São Paulo investigam o crime. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)