Decisão do Copom
Taxa básica de juros sobe 0,25 p.p. e vai para 15%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual (p.p.) ontem (18), de 14,75% para 15,00% ao ano. No encontro de maio, o colegiado tinha mencionado que, devido ao cenário de elevada incerteza em meio ao estágio “avançado” do ciclo de ajustes, haveria “cautela adicional” da atuação da política monetária.
A decisão do Copom foi unânime. Desde setembro de 2024, o BC já aumentou a Selic em 4,50 pontos, o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos, perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia de Covid-19.
No comunicado, o Copom antecipou que pode interromper o ciclo de alta de juros na próxima reunião do colegiado, em julho, mas frisou que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
“Em se confirmando o cenário esperado, o comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, diz o comunicado.
Com a decisão de ontem, o Copom colocou os juros no maior nível nominal desde julho de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75% ao ano.
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação. Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.
Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, recuou para 0,26%, mesmo com a pressão de alguns alimentos e da conta de energia. Com o resultado, o indicador acumula alta de 5,32% em 12 meses, acima do teto da meta da inflação. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)