Coisas do governo
Lula nega erro de Haddad e avalia alternativas ao IOF
Presidente disse que houve "afã" do ministro em dar resposta rápida

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem (3) que o anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não foi um erro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e atribuiu a medida a um “afã” do ministro para dar respostas rápidas à sociedade sobre esse tema. Ele garantiu que outras possibilidades serão estudadas, mas não respondeu se está disposto a discutir desvinculações como alternativa ao IOF.
O presidente disse que o aumento do imposto foi uma tentativa de fazer um “reparo”, porque o Senado descumpriu uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de compensar a desoneração da folha de pagamentos. “O Haddad, no afã de dar uma resposta logo à sociedade, apresentou uma proposta que elaborou na Fazenda. Se houve uma reação, como outras possibilidades (para a alta do IOF), nós estamos discutindo”, afirmou.
Segundo Lula, a Fazenda trabalhou nas propostas e fez o anúncio quando ele já não estava mais no Palácio do Planalto. “Era uma sexta-feira e eles queriam anunciar rápido isso para dar tranquilidade à sociedade brasileira. Eu não acho que isso tenha sido um erro, não. Acho que foi um momento político. Em nenhum momento o companheiro Haddad teve qualquer problema de discutir o assunto. A apresentação do IOF foi o que eles tinham pensado naquele instante. Se aparece alguém com uma ideia melhor, ele topa discutir. Vamos discutir”, afirmou Lula.
O presidente defendeu, ainda, que é necessário dialogar com “parceiros”, citando os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e líderes partidários, antes de enviar qualquer medida ao Congresso. (Estadão Conteúdo)