Comércio exterior
Indústria do aço vê mais dificuldade com nova tarifa

A nova ofensiva de Donald Trump contra as exportações de aço ao mercado americano, dobrando a tarifa de 25% para 50%, foi um banho de água fria no setor siderúrgico brasileiro e pegou as empresas de surpresa, afirmou o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Melo Lopes. A medida atinge também as exportações de produtos do setor de alumínio.
O anúncio do presidente americano na sexta-feira (30), que foi reiterado na segunda-feira (2) em sua rede social, entra em vigor hoje (4) para todos os países que exportam produtos siderúrgicos aos EUA.
“O aço brasileiro será afetado e, ao mesmo tempo, teria um efeito desastroso sobre a indústria americana usuária do produto importado”, afirma o consultor em comércio internacional, Welber Barral. O consultor lembra que no acordo Reino Unido-EUA as duas nações se comprometeram em rever as medidas do aço. Essas medidas, com 25% de tarifa, entraram em vigor em 12 de março e todos os países do mundo que exportavam aos EUA foram atingidos.
Para Lopes, a dificuldade dobra. “Mas todos os países afetados estão no mesmo barco, com as mesmas tarifas, e talvez até o aço do Reino Unido, cujo acordo com Estados Unidos ainda não foi implementado”. Segundo ele, o Brasil continuará conduzindo negociações com as autoridades americanas, por meio dos ministérios de Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), em busca de um acordo que mantenha o regime de cotas de exportação firmado em 2018 com o próprio Trump. (Estadão Conteúdo)