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Brasil, livre da febre aftosa, espera ampliar exportação

Produtores pretendem acessar mercados mais exigentes para a carne bovina

31 de Maio de 2025 às 20:16
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País obteve reconhecimento da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA)
País obteve reconhecimento da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) (Crédito: PEDRO NEGRÃO / ARQUIVO JCS)

Oficialmente reconhecido como país livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), o Brasil quer aproveitar esse passo, considerado histórico, para ampliar as exportações de carne bovina para mercados mais exigentes — e mais bem remunerados. A conquista marca o fim de um processo iniciado há mais de três décadas, com investimentos robustos, tanto do governo federal quanto estaduais e da iniciativa privada, em programas de vacinação e vigilância sanitária.

“Como já faz mais de uma década que não temos nenhum surto de febre aftosa — ou seja, os programas de vacinação surtiram efeito —, a principal vantagem agora é que podemos acessar mercados mais exigentes, que pagam mais pela mercadoria. É claro que isso não acontece de forma instantânea, vai ter negociação, vai levar tempo, mas existe essa possibilidade”, explicou o CEO da Scot Consultoria, Alcides Torres, ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O reconhecimento internacional chega em um momento estratégico. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, e a nova chancela pode ajudar o País a se consolidar também nos mercados de maior valor agregado, hoje cobertos principalmente pelos Estados Unidos e Austrália. A expectativa mais concreta é com o Japão, que deve concluir ainda este ano a habilitação do sistema sanitário brasileiro para passar a adquirir a carne bovina brasileira.

“A declaração do Brasil como livre de aftosa sem vacinação chama a atenção principalmente porque, em tese, os mercados que o Brasil já atende com outras proteínas animais podem ser ampliados. E esses mercados são justamente os que pagam mais pela tonelada de carne bovina, como Japão e Coreia do Sul, entre outros”, acrescentou Torres. Atualmente, o Brasil é fornecedor global, principalmente, da carne ‘commodity’, ou seja, que é ingrediente para misturas com outras carnes, como hambúrguer.

Além de Japão e Coreia do Sul, com os quais o Brasil já está em tratativas, o País também mira outros mercados, como Indonésia e Filipinas, para exportações de miúdos bovinos, além da Turquia. Também há planos para revisar os protocolos de exportação com países que já importam carne brasileira, com o objetivo de negociar melhores condições de comercialização da proteína.

Além de abrir mercados, o novo status também implica redução de custos para o produtor. A vacinação contra a febre aftosa era realizada mais de uma vez por ano, causando gastos com vacinas, mão de obra e manejo. (Estadão Conteúdo)