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Selic

Copom eleva taxa básica de juros para 14,75% ao mês

Foi a 6ª alta consecutiva da Selic, que chegou ao maior nível desde julho de 2006

07 de Maio de 2025 às 22:58
Cruzeiro do Sul [email protected]
Decisão torna o crédito mais caro e tenta conter a inflação
Decisão torna o crédito mais caro e tenta conter a inflação (Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL )

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto porcentual, de 14,25% para 14,75% ao ano, conforme o esperado pela maior parte do mercado financeiro. A decisão foi unânime. Foi a sexta alta consecutiva da Selic.

Com a decisão, o Copom colocou os juros no maior nível nominal desde julho de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75% ao ano. Nessa época, os juros estavam em queda depois de terem atingido 19,75% em maio de 2005, um dos maiores patamares do século 21.

Ao subir a taxa em 0,5 ponto, o Copom cumpre sua sinalização de março de que o juro seria elevado em menor patamar do que o ritmo de 1 ponto porcentual escolhido pelo colegiado nas reuniões anteriores.

Desde setembro, o BC já aumentou a Selic em 4,25 pontos, o segundo maior ciclo de alta dos últimos 20 anos — perdendo apenas para a alta de 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, que ocorreu após o fim da pandemia.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,43%. Apesar da desaceleração em relação a março, o preço dos alimentos continua impressionando a inflação.

Pelo novo sistema de meta contínua em vigor desde janeiro, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.

No modelo de meta contínua, a meta passa ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em maio de 2025, a inflação desde junho de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de tolerância.

O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico. No último Relatório de Inflação, o Banco Central reduziu para 1,9% a projeção de crescimento para a economia em 2025. O mercado projeta crescimento semelhante. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2% do PIB em 2025.

Juros reais

om a elevação de 0,5 ponto na Selic, o Brasil passou da quarta para a terceira posição no ranking dos maiores juros reais do mundo, elaborado pelo site MoneYou, com 8,65%. O País fica atrás de Turquia (10,47%) e Rússia (9,17%), e à frente de África do Sul (6,61%) e Colômbia (4,68%). O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil — que não estimula, nem deprime a economia — é de 5,0%. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)