Guerra Comercial
Governo chinês considera abrir negociação com EUA
Primeiro passo, no entanto, seria suspender ou baixar tarifas

As autoridades da China informaram ontem (2) que consideram uma proposta de negociação dos Estados Unidos sobre a guerra comercial, mas insistiram que Washington deve primeiro reverter as tarifas.
Em sua ofensiva tarifária global, o presidente americano, Donald Trump, concentrou-se especialmente na China, impondo tarifas de até 145% sobre muitas de suas importações.
O gigante asiático não se intimidou. Embora tenha dito estar aberto ao diálogo, respondeu com tarifas de 125% sobre as importações dos EUA e alertou que estava preparado para lutar uma guerra comercial até o fim.
Desde então, Trump isentou produtos como smartphones, semicondutores e computadores e afirmou repetidamente que as autoridades chinesas estavam dispostas a negociar.
No entanto, o Ministério do Comércio chinês afirmou que foi a parte americana que deu o primeiro passo em direção ao diálogo. “Os Estados Unidos têm tomado recentemente a iniciativa, em muitas ocasiões, de transmitir informações à China através dos meios pertinentes, dizendo que esperam falar com a China”, disse em um comunicado.
“A China está atualmente avaliando isso”, acrescentou o governo chinês. Mas antes de sentar para conversar, exige medidas dos Estados Unidos que demonstrem suas intenções.
A China também está considerando maneiras para lidar com as queixas de Trump sobre o papel de Pequim no comércio de fentanil, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. De acordo com as fontes, os chineses avaliam anunciar algumas medidas para coibir o comércio de fentanil para a equipe do republicano, oferecendo uma saída das hostilidades e permitindo o início das negociações comerciais.
O “czar da segurança” do presidente chinês Xi Jinping, Wang Xiaohong, deve liderar esforços e, nos últimos dias, tem questionado o que a equipe de Trump quer que a China faça em relação aos ingredientes químicos usados na fabricação de fentanil. As fontes mencionam que as discussões “permanecem fluidas”. (AFP)