Trabalho
Taxa de desemprego sobe para 7% no 1º trimestre
No trimestre anterior, desocupação estava em 6,2%, segundo o IBGE

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 7% no trimestre encerrado em março, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE. Em igual período do ano anterior, a taxa estava em 7,9%. No trimestre encerrado em dezembro de 2024 ficou em 6,2% e no encerrado em fevereiro de 2025 ficou em 6,8%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.410 no trimestre encerrado em março. O resultado representa alta de 4,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 345,048 bilhões no trimestre até março, alta de 6,6% ante igual período do ano anterior.
O País registrou uma taxa de informalidade de 38,0% no mercado de trabalho no trimestre até março, a menor desde o trimestre móvel encerrado em setembro de 2020, quando estava também em 38,0%. Havia 38,898 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período.
A taxa de desemprego teve uma elevação sazonal no primeiro trimestre, mas permanece no patamar mais baixo para esse período do ano em toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. Os dados mostram que o mercado de trabalho se mostra resiliente, a despeito de uma conjuntura econômica menos favorável, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa do IBGE.
“O primeiro trimestre é sim caracterizado por essa expansão de desocupação. Embora tenha havido esse crescimento caracterizado por essa oscilação sazonal, um impacto sazonal nesse comportamento, os ganhos que vêm sendo acumulados ao longo dos últimos trimestres fazem que, mesmo com registro de crescimento da taxa de desocupação no primeiro trimestre, ainda assim essa taxa de 7% é a menor para um início de ano desde 2012, quando inicia a série histórica dos dados”, afirmou Adriana.
Segundo a pesquisadora, há ganhos acumulados da ocupação nos últimos dois anos, que “não estão neutralizados ou invalidados” pelo crescimento trimestral da taxa de desocupação.
“O mercado de trabalho segue numa situação de ganhos relacionados à ocupação, mas também em outros indicadores, que são a questão do rendimento médio e também da forma de inserção dos trabalhadores. Muito embora tenha havido a retração da ocupação, essa retração não comprometeu o contingente de trabalhadores empregados com carteira assinada, por exemplo. São informações dentro do número geral que são importantes a gente considerar”, frisou a pesquisadora do IBGE. (Estadão Conteúdo)