Supermercados
Medidas do governo para alimentos geram controvérsias
Associação de supermercados apoia, mas FPA diz serem ineficazes

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) declarou apoio às medidas regulatórias e tributárias, anunciadas na quinta-feira (6) pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para tentar reduzir o preço dos alimentos no País. A associação participou de reuniões que definiu as novas regras como a redução de impostos de importação de alimentos, como carnes, café e açúcar, e declarou “urgência na implementação da Cesta Básica Nacional desonerada”.
‘Na ocasião, a Abras reafirmou a importância da implementação imediata da Cesta Básica Nacional isenta de impostos, considerada uma das principais conquistas da reforma tributária‘, informou a associação. Segundo a entidade, a medida pode contribuir para diminuir os preços aos consumidores e aliviar o custo de vida, especialmente das famílias de baixa renda.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) classificou de “ineficazes” a série de medidas anunciadas pelo governo. Em nota, a entidade defende que o meio mais eficiente para combater a alta nos preços de comida é a colheita da safra, que ocorre nos próximos meses, e a correção de ações que impactam o custo de produção no País.
“As medidas apresentadas pelo governo federal são pontuais e ineficazes para efeito imediato, especialmente quando se gasta recurso interno ao zerar impostos para produtos importados, sem garantir o reforço ao apoio da produção brasileira”, diz a nota. A FPA afirma que o problema da inflação não está ligado à oferta de alimentos. “O governo federal tenta criar a narrativa de buscar soluções, quando o problema está concentrado no seu próprio desequilíbrio fiscal, responsável por onerar os custos e por alavancar a inflação.”
A entidade avalia que é fundamental iniciar as tratativas do novo Plano Safra 2025/2026, com garantia de implementação total de recursos e do acesso pleno e com juros adequados aos produtores rurais.
Durante o anúncio feito pelo governo, foi formalizado o convite aos Estados para que zerem os impostos sobre produtos essenciais, ampliando o impacto da medida para os consumidores brasileiros.
Como alternativa para segurar a inflação dos alimentos, o governo também decidiu zerar o imposto de importação de nove tipos de alimentos: azeite (hoje 9%), milho (hoje 7,2%), óleo de girassol (hoje até 9%), sardinha (hoje 32%), biscoitos (hoje 16,2%), massas alimentícias (hoje 14,4%), café (hoje 9%), carnes (hoje até 10,8%) e açúcar (hoje até 14%).
Segundo Alckmin, a redução de tarifas entrará em vigor nos próximos dias após serem aprovadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Além das medidas tributárias, o vice-presidente anunciou ainda uma parceria entre governo federal e iniciativa privada para estimular a publicidade sobre os melhores preços de produtos, como forma de fomentar a disputa no mercado e, consequentemente, beneficiar os consumidores. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)