Decisão
Entidades divergem sobre manutenção da taxa Selic
Copom manteve os juros básicos no mesmo patamar de 10,5% ao ano
O anúncio da manutenção da Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, em 10,5% ao ano, na quarta-feira (31), gerou reações diferentes das instituições ligadas aos setores de indústria e comércio do País.
Nos Estados Unidos, o Fed (banco central do país), por sua vez, manteve os juros entre 5,25% e 5,50%, mas indicou a chance de uma redução em setembro, com a percepção de que há uma tendência de a inflação estar convergindo para a meta de 2% ao ano.
Enquanto para algumas instituições a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, representa restrições à atividade econômica no Brasil, para outras, reflete a incerteza sobre o equilíbrio das contas públicas.
Em junho, o Copom já havia interrompido a sequência de cortes de juros. Entre agosto do ano passado e março deste ano, houve redução constante de 0,5 ponto percentual a cada reunião. Em maio, o corte foi de 0,25 ponto percentual.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse ser preocupante a manutenção da taxa de juros, por considerar que ela resulta em custo alto do crédito e restringe a atividade econômica brasileira.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) entende que incertezas fiscais comprometem a redução da Selic e que a manutenção da taxa reflete um cenário de incertezas econômicas e pressões inflacionárias. A instituição defende que uma retomada sustentável dos cortes de juros depende diretamente do equilíbrio das contas públicas.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) defende que o Copom acertou na manutenção da Selic e que não havia margem para outra decisão. Segundo o órgão, há uma conjuntura de câmbio pressionado, inflação em nova aceleração e incertezas do cenário fiscal.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) considerou a decisão do Copom prejudicial ao setor produtivo, por encarecer os juros. Mas informou que reconhecer que, por causa da deterioração do quadro inflacionário, a medida é importante para a estabilização do cenário macroeconômico. (Agência Brasil e Estadão Conteúdo)