Relações internacionais
Comitiva brasileira discute compra de gás da Bolívia
Gás natural poderia ser adquirido diretamente, com redução de custos
O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que houve uma reunião com representantes do governo da Bolívia para tratar da possibilidade de compra direta de gás natural produzido no país vizinho. Na prática, seria possível a venda sem intermediação da Petrobras.
A comitiva liderada pelo ministro Alexandre Silveira e representantes da indústria brasileira esteve em Santa Cruz de La Sierra, cidade boliviana. Na segunda-feira, foi realizada a reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que formalizou a entrada da Bolívia no bloco econômico.
A venda do gás boliviano atualmente é feita por meio da Petrobras e, segundo o Ministério de Minas e Energia, a demanda da grande indústria brasileira pela compra direta se arrasta desde a década de 90.
A expectativa é que, ao eliminar a intermediação, o preço do gás possa cair. A pasta diz que o custo da importação chegaria a ter redução de cerca de 40% do valor praticado atualmente.
O encontro contou com representantes da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), estatal responsável pela comercialização de gás e petróleo do país. A YPFB administra o Gasbol, conhecido como gasoduto Brasil-Bolívia.
Do lado brasileiro, participaram representantes da Abrace, Abividro, Abiquim, Abceram e Fiesp. O ministro boliviano dos Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Franklin Molina Ortiz, também esteve presente no encontro.
O Ministério de Minas e Energia não informou sobre uma decisão definitiva sobre o tema, mas sim os avanços das discussões.
Aviação
O ministério também informou que foi realizada uma reunião com representantes dos Países Baixos para discutir “oportunidades” de futura colaboração no uso de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), bem como na área de hidrogênio com baixa emissão de carbono.
O encontro foi com representantes da embaixada holandesa e também com o diretor de Ciência e Tecnologia da TNO Energy & Materials Transition, André Faaij. A TNO é uma organização de pesquisa sobre transição energética que está elaborando estudos sobre o tema, que será base para a colaborações entre os dois países.
No Brasil, o projeto de lei batizado de Combustível do Futuro (PL 528/2020) trata da produção do combustível sustentável de aviação. O texto definido pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está atualmente em tramitação no Senado Federal.
Entre outras iniciativas, o projeto de lei prevê a criação do Programa Nacional do Bioquerosene de Aviação (ProBioQAV). (Agência Brasil)