Economia
Em dia de agenda vazia, dólar cai 0,16% com liquidez reduzida
Sem indicadores relevantes, investidores optaram por uma postura cautelosa e apenas promoveram ajustes finos de posições
O dólar à vista abriu a semana em leve queda no mercado doméstico, em pregão morno e de liquidez reduzida. Sem indicadores relevantes, investidores optaram por uma postura cautelosa e apenas promoveram ajustes finos de posições, à espera dos eventos programados para esta semana que podem mexer com as apostas para o rumo da política monetária americana.
Pela manhã, operadores relataram entrada de fluxo comercial e boa recepção a declarações hoje do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a possibilidade de o governo apresentar resultado fiscal neste ano melhor que o estimado pelo mercado. Para o presidente do BC, há possibilidade de o déficit primário em 2024 ser inferior a 0,7% ou 0,8% do PIB.
Com oscilação de menos de dois centavos de real entre a máxima (R$ 4,9589), pela manhã, e a mínima (R$ 4,9407), à tarde, o dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira, 4, em baixa de 0,16%, cotado a R$ 4,9474. Principal termômetro do apetite por liquidez, o contrato de dólar futuro para abril movimentou menos de US$ 9 bilhões. No ano, a moeda ainda acumula alta de 1,92%.
"O dia é de agenda esvaziada. O mercado está cauteloso na espera da bateria de indicadores nesta semana, com investidores evitando ampliar posições", afirma o head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, Diego Costa, que, além dos eventos nos EUA, lembra que dados de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) na China, que saem hoje à noite, podem mexer com a taxa de câmbio.
Costa observa que divisa chegou a tocar R$ 5,00 na semana passada em meio à disputa pela formação da taxa ptax de fevereiro, mas acabou perdendo fôlego. A leitura do índice preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos EUA em janeiro de acordo com as expectativas e a perspectiva de estímulos na China aliviaram as pressões sobre a taxa de câmbio.
Na quarta-feira, 6, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, apresenta relatório de política monetária na Câmara dos Representantes dos EUA, e são divulgados os relatórios de emprego ADP e Jolts. Na sexta, 8, sai o indicador mais aguardado na semana, o relatório mensal de emprego (payroll) nos EUA referente a fevereiro. Além dos dados americanos, investidores monitoram o Congresso Nacional do Povo da China ao longo desta semana, de olho em eventual anúncio de estímulos econômicos.
À tarde, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que o "pouso suave" da economia americana, que conjuga desaceleração gradual da atividade com inflação rumo à meta, não está garantido. Ele citou o mercado de trabalho ainda apertado é um dos principais riscos inflacionários. Ecoando mensagens recentes de dirigentes do Fed, Bostic disse que ainda é preciso mais confiança no processo de desinflação para começar a cortar os juros. (Estadão Conteúdo)