Economia
Contas externas registram déficit de US$ 28,6 bi em 2023
O Brasil terminou o ano passado com um déficit de US$ 28,6 bilhões em suas transações correntes com o exterior (uma conta que reúne a balança comercial, a balança de serviços e as transferências de recursos), segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). Esse é o melhor desempenho anual desde 2020, quando o saldo foi negativo em US$ 28,2 bilhões. Em 2022, o resultado foi deficitário em US$ 48,2 bilhões -- dado revisado pelo BC.
A entrada de Investimentos Diretos no País (IDP) somou US$ 61,9 bilhões em 2023, equivalentes a 2,85% do Produto Interno Bruto (PIB). O número representa uma queda de 17% nos investimentos estrangeiros no Brasil em relação a 2022, quando o montante de aportes havia sido de US$ 74,6 bilhões.
O desempenho dos investimentos diretos foi o pior desde 2021, com aporte de US 46,4 bilhões no acumulado do ano. A estimativa do BC para 2023 era de IDP de US$ 60 bilhões, projeção que foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o ponto positivo é que o volume de IDP segue bem superior ao déficit em conta corrente -- são esses investimentos que costumam financiar o saldo negativo das transações correntes.
A principal queda do IDP em 2023, segundo Fernando Rocha, ocorreu em operações intercompanhias. O recuo de um ano para o outro foi de 48%, destacou ele. Rocha disse também que, para esse tipo de investimento, importa muito mais a perspectiva de crescimento do País no longo prazo do que os dados correntes. (Estadão Conteúdo)