Economia
Cinco homens mais ricos do mundo duplicaram sua fortuna desde 2020
Os cinco homens mais ricos do mundo mais do que duplicaram sua fortuna desde 2020, disse a organização beneficente Oxfam ontem (15), instando as nações a resistirem à influência dos super-ricos na política fiscal.
Um relatório da organização, publicado esta semana no Fórum Econômico Mundial em Davos, afirmou que sua riqueza aumentou de US$ 405 bilhões em 2020 para US$ 869 bilhões no ano passado (R$ 1,9 trilhão e R$ 4,2 trilhões na cotação atual).
De acordo com relatório da Oxfam, patrimônio de Jeff Bezos, Bernard Arnault, Larry Ellison, Elon Musk e Warren Buffett aumentou 114%.
Desde 2020, porém, quase cinco bilhões de pessoas em todo o mundo ficaram mais pobres, informou a Oxfam.
Os bilionários são hoje U$$ 3,3 bilhões (R$ 16,1 bilhões) mais ricos do que em 2020, apesar das muitas crises que devastaram a economia mundial desde o início desta década, incluindo a pandemia da Covid-19.
O relatório anual da Oxfam sobre a desigualdade mundial é tradicionalmente publicado pouco antes da abertura do Fórum, na estância alpina suíça.
A instituição de caridade levantou preocupações sobre o aumento da desigualdade no mundo, com pessoas e empresas mais ricas acumulando maior riqueza -- graças ao aumento dos preços das ações -- e também mais poder.
“O poder corporativo é usado para impulsionar a desigualdade. Ele espreme os trabalhadores e enriquece os acionistas ricos, evitando impostos e privatizando o Estado”, argumentou a Oxfam. No texto, a organização também acusa as corporações de promoverem “a desigualdade, travando uma guerra sustentada e altamente eficaz contra os impostos”, com consequências de longo alcance.
A Oxfam observou que os Estados entregaram o poder aos monopólios, o que permite às empresas influenciarem os salários pagos às pessoas, assim como os preços dos alimentos e dos remédios a que se tem acesso.
A organização afirmou que, graças ao intenso lobby na formulação de políticas fiscais, as empresas têm conseguido pagar impostos corporativos mais baixos, privando os governos de recursos que poderiam ser usados para apoiar os mais pobres da sociedade.
Para abordar esse desequilíbrio, a Oxfam pede a criação de um imposto sobre a riqueza dos milionários e bilionários do mundo e sugere a limitação dos salários dos CEOs das grandes empresas e a quebra dos monopólios privados. (Estadão Conteúdo)