Economia
IPCA-15 fecha o ano dentro da meta do BC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) saiu de uma alta de 0,33% em novembro para 0,40% em dezembro, informou o IBGE. A taxa acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023, mantendo-se dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 3,25%, cujo teto é de 4,75%.
O resultado, porém, superou até mesmo as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma inflação entre 0,17% e 0,35%, com mediana positiva de 0,25%. No entanto, a taxa ainda foi a mais branda para meses de dezembro desde 2018. Os aumentos nos preços das passagens aéreas e dos alimentos pressionaram a prévia da inflação oficial no País neste fim de ano.
“Apesar da surpresa negativa (em dezembro) não vejo uma piora significativa”, avaliou o economista André Perfeito, em nota. Segundo ele, com a melhora nos dados econômicos, em especial a queda do desemprego, é razoável supor alguma elevação de preços, especialmente nos de serviços. Portanto, o economista não crê que o IPCA-15 altere as apostas para a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 11,75% ao ano. “Neste sentido mantenho projeção de Selic em 9,75% ao final do ciclo em 2024”, afirmou Perfeito.
A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, tampouco espera mudanças no plano de voo do Comitê de Política Monetária do BC, prevendo mais dois cortes de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros nas reuniões de janeiro e março.
“Nossa projeção é que a Selic termine 2024 em 9,25%”, apontou Claudia Moreno, em nota. “A composição do IPCA-15 de dezembro mostra um resultado mais benigno do que a surpresa dos 0,40% sugere.”
Pressão
Os grupos de produtos e serviços com aumentos foram alimentação e bebidas (0,54%, impacto de 0,12 ponto porcentual), transportes (0,77% e impacto de 0,16 p.p.), habitação (0,48%, impacto de 0,07 p.p.), educação (0,05%, impacto de 0,00 p.p.), despesas pessoais (0,56%, impacto de 0,06 p.p.), saúde e cuidados pessoais (0,14%, impacto de 0,02 p.p.) e vestuário (0,03%, impacto de 0,00 p.p.).
A alta de 9,02% nas passagens aéreas fez o item exercer a maior pressão sobre o IPCA-15, responsável sozinho por quase um quarto da taxa do mês. (Estadão Conteúdo)