Economia
Volume de serviços recua 0,6%, diz IBGE
O volume de serviços no País diminuiu 0,6% em outubro ante setembro, confirmando a tendência de perda de fôlego já esboçada em meses anteriores. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O setor recuou 2,3% entre agosto e outubro, eliminando o ganho de 2,3% verificado entre maio e julho. “Estamos de volta ao patamar de abril deste ano”, disse Luiz Carlos Almeida, analista da pesquisa do IBGE.
Em outubro, o setor ficou 10,2% acima do nível de fevereiro de 2020 (antes da pandemia), e 3,2% abaixo do pico de dezembro de 2022.
A falta de dinamismo é decorrente dos juros ainda elevados na economia, avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank. “O dado de hoje (ontem) corrobora nossa visão de desaceleração da atividade econômica no segundo semestre. Nossa previsão é de que o PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre apresente uma pequena contração e termine 2023 com expansão ligeiramente abaixo de 3%”, disse Claudia, em comentário.
Os serviços não registravam três quedas seguidas desde o período de março a maio de 2020, no auge do choque inicial provocado pela pandemia. Nos primeiros dez meses de 2023, na série que desconta influências sazonais, os serviços registraram expansão em cinco meses -- fevereiro (0,9%); março (1,1%); maio (1,5%); junho (0,1%); e julho (0,6%) -- e recuo em outros cinco -- janeiro (-3,3%); abril (-1,8%); agosto (-1,4%); setembro (-0,3%); e outubro (-0,6%).
“O setor vinha se beneficiando de aumento da renda disponível, mercado de trabalho forte e transferências do governo. Tudo isso ajudou a sustentar, mas agora vemos a desaceleração, que já era esperada e até demorou um pouco para chegar”, opinou o economista Carlos Lopes, do Banco BV.
De setembro para outubro, houve recuos em duas das cinco atividades investigadas: transportes (queda de 2%, acumulando perda de 4,3% entre agosto e outubro) e serviços prestados às famílias (retração de 2,1%, eliminando grande parte do ganho de 2,5% visto em setembro). Por outro lado, houve avanços nos serviços profissionais, administrativos e complementares (1%) e em informação e comunicação (0,3%). (Estadão Conteúdo)