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Economia

Produção industrial de SP sobe 0,6% em outubro

Aumento de estoques das montadoras influenciou no resultado

08 de Dezembro de 2023 às 23:01
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Indústria paulista registra arrefecimento desde início do ano
Indústria paulista registra arrefecimento desde início do ano (Crédito: DIVULGAÇÃO ROCA)

A produção industrial cresceu em 10 dos 15 locais pesquisados em outubro ante setembro, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgados pelo IBGE. Em São Paulo, maior parque industrial do País, houve uma alta de 0,6% da produção no período.

As demais altas ocorreram em Pernambuco (12,4%), Bahia (8,1%), Região Nordeste (4,2%), Goiás (2,1%), Ceará (1,7%), Paraná (1,6%), Rio Grande do Sul (1,2%), Minas Gerais (0,7%) e Pará (0,1%). Na direção oposta, houve recuos no Espírito Santo (-3,1%), Amazonas (-2,6%), Rio de Janeiro (-2,0%), Mato Grosso (-1,0%) e Santa Catarina (-0,6%). Na média total, a produção industrial do País cresceu 0,1% em outubro ante setembro.

Gerente pesquisa do IBGE, Bernardo Almeida diz que há um comportamento de arrefecimento da indústria paulista desde o começo de 2023. No início, afirmou, isso estava ligado sobretudo à alta taxa de juros, que foi reduzida mais recentemente.

“De julho a setembro, tivemos oscilação dentro da indústria paulista. Além dos fatores como taxa de juros elevada, outros ligados a setores bastante influentes no Estado explicam isso. É o caso da sazonalidade na produção da cana de açúcar, que influencia muito nos alimentos”, disse ele.

Outro setor influente que explica a oscilação e baixo crescimento da produção industrial em São Paulo é o de veículos automotores, no qual houve depreciação da produção, com aumento de estoques que o fez frear a produção.

A seca na região Norte do País vem afetando a indústria local, sobretudo a do Amazonas, mais dependente do fluxo logístico dos rios. Não por acaso, a indústria amazonense viu sua produção cair 2,6% em outubro ante setembro.

“A seca impõe custos adicionais de logística de transporte para as empresas. Uma das mais afetadas foi a de equipamentos de informática, bastante influente na indústria local”, disse Bernardo Almeida.

Ele se refere, sobretudo, à produção de eletrônicos na Zona Franca de Manaus. Além da seca, a taxa de juros ainda alta segue como outro limitador, com efeito sobre o parque de todo o País. “A seca gerou, inclusive, um movimento de férias coletivas para acomodar o arrefecimento da produção e não gerar custos adicionais sobre a cadeia produtiva”, completou. (Estadão Conteúdo)