Economia
País espera acordo Mercosul e UE em breve, diz Mauro Vieira
Representante do Uruguai pediu avanço para abertura bilateral com a China
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, espera a assinatura do acordo do Mercosul com a União Europeia em breve. “Nossa expectativa é de poder assinar o acordo de associação muito em breve”, declarou Vieira em discurso durante Reunião do Conselho do Mercado Comum, no Rio de Janeiro.
Vieira defendeu que o tratado com a União Europeia “possui uma dimensão estratégica inequívoca” para o Mercosul, reforçando a identidade do bloco sul-americano “como um ator econômico global”.
“O Acordo será um ponto de inflexão não apenas na relação birregional como também na dinâmica econômica das duas regiões. Estamos lançando as bases de uma integração de cadeias produtivas nos dois lados, e nos dois sentidos. Há ganhos a serem obtidos pelas economias do Mercosul no mercado europeu, tanto para ampliar as exportações, como também para aquisição de tecnologias que deverão aprimorar a nossa competitividade”, argumentou Vieira.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua participação na cúpula do Mercosul. A agenda do evento previa reuniões dos ministros da Fazenda dos países integrantes do bloco e convidados. O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, também não participou da cúpula.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, endossou o papel de integração do Mercosul em discurso a representantes dos países do bloco e disse que “integração não se faz apenas com grandes gestos e grandes acordos‘. O trecho do discurso pode ser associado às dificuldades em avançar com o acordo de livre comércio entre o bloco e a União Europeia, que ficaram mais patentes esta semana. No dia 2 de dezembro, o presidente francês Emmanuel Macron disse ser contra o acordo de livre comércio entre os blocos.
Há algumas semanas havia uma expectativa do governo brasileiro de assinar o acordo ao fim da cúpula, o que não vai acontecer.
Uruguai
O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Omar Paganini, sugeriu que o Mercosul deve avançar no diálogo com a China ou abrir caminho para um acordo bilateral que também poderá servir ao conjunto dos sul-americanos. O governo uruguaio tem buscado negócio com o gigante asiático, mas esbarra nas regras do Mercosul, que obriga os países-membros a adotar uma Tarifa Externa Comum (TEC) sobre as importações. (Estadão Conteúdo e Redação)