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Economia

Chanceler alemão diz que apoia acordo Mercosul-UE

No sábado, presidente da França criticou a proposta do tratado de livre comércio

04 de Dezembro de 2023 às 23:01
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Presidente Lula e o chanceler Olaf Scholz se encontraram ontem em Berlim
Presidente Lula e o chanceler Olaf Scholz se encontraram ontem em Berlim (Crédito: MICHELE TANTUSSI / AFP (4/12/2023))

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou ontem (4) que apoia o acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. A fala é um contraponto à crítica feita três dias antes pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

“Seria muito bom que o acordo fosse assinado”, disse Scholz. Ele falou ao lado do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, depois de reunião bilateral realizada em Berlim.

O alemão disse que é possível conseguir maioria para aprovar o acerto nas instâncias europeias depois de concluídas as negociações. Segundo ele, o acerto seria bom para as relações entre a União Europeia e o Mercosul. O chanceler da Alemanha diz que quer criar empregos através da transformação de matérias-primas no Brasil.

A UE e o Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - definiram as linhas gerais de um possível pacto de livre comércio em junho de 2019, após duas décadas de duras negociações, mas ainda não deram os retoques finais ao acordo.

No sábado, em Dubai, Emmanuel Macron classificou o acordo de livre comércio como “mal remendado” e disse que “não levava em consideração a biodiversidade ou o clima”.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (4) que não vai desistir do acordo comercial. Ele deu a declaração ao lado do chanceler da Alemanha. “Depois de 23 anos (discutindo o tema), se a gente não concluir o acordo é porque estamos sendo ‘irrazoáveis’”, declarou o brasileiro. Ele falou sobre a possibilidade de Scholz conseguir convencer Macron sobre o acerto entre os dois blocos.

A Argentina, por sua vez, indicou no domingo que ainda não havia as condições para concluir o acordo. Tanto o atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, como o seu ministro das Relações Exteriores, Santiago Cafiero, que deixarão o cargo em 10 de dezembro, afirmaram que a assinatura do acordo na sua versão atual ainda não pode ser contemplada.

Por outro lado, o futuro presidente argentino, Javier Milei, criticou o acordo com a UE durante sua campanha e ameaçou retirar-se do Mercosul.

O porta-voz da Comissão Europeia, Balazs Ujvari, declarou ontem (4) em Bruxelas que a UE e o Mercosul ainda desejam concluir o acordo “o mais rápido possível”.

“Houve progressos substanciais no último mês e ambos os lados estão empenhados em chegar a um acordo que aborde de forma eficaz as preocupações climáticas”, disse Ujvari. (Estadão Conteúdo e AFP)