Economia
China e Uruguai afirmam que vão ‘promover diálogo’ via Mercosul
China é o maior parceiro comercial do Uruguai e Lacalle Pou viajou a Pequim para fortalecer os laços diplomáticos
China e Uruguai sinalizaram sua intenção de “promover o diálogo sobre o livre comércio entre Mercosul e China” com a presença do presidente uruguaio Luis Lacalle Pou em Pequim, na quinta-feira. Ele disse que irá propor um encontro com o gigante asiático na próxima cúpula dos países do bloco.
A China é o maior parceiro comercial do Uruguai e Lacalle Pou viajou a Pequim para fortalecer os laços diplomáticos com o objetivo de assinar um Tratado de Livre Comércio (TLC). Mas qualquer acordo depende de outros membros do Mercosul: Brasil, Argentina e Paraguai.
“Ambas as partes estão dispostas a promover o diálogo sobre o livre comércio entre Mercosul e China”, indicaram os dois países em uma declaração conjunta divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Uruguai, após uma reunião entre Lacalle Pou e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
No comunicado, os dois países comemoraram a conclusão do estudo conjunto de viabilidade de um TLC entre a China e o Uruguai e reafirmaram a “disposição de promover a construção de uma associação de livre comércio”.
Lacalle Pou disse em entrevista coletiva que seu país vai “propor o encontro do Mercosul e da China” na próxima cúpula do bloco, no dia 7 de dezembro, no Rio de Janeiro, sob a presidência do Brasil.
“Vamos fazê-lo formalmente”, disse o mandatário uruguaio, cujo governo iniciou negociações comerciais com a China em 2021 e defendeu em Pequim que quer acelerar a associação entre os dois países.
A postura do Uruguai depende de um acordo do Mercosul de 2000 que estabelece que qualquer negociação com terceiros países deve ter o aval dos demais parceiros. Lacalle Pou afirmou que um TLC com a China “não é opcional”.
“Se todo o Mercosul decidisse ao mesmo tempo embarcar nisso, talvez seria muito melhor”, disse o presidente uruguaio.
Enquanto o Brasil fortaleceu seus laços com Pequim desde o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, ameaçou durante sua campanha eleitoral cortar relações comerciais com a China. O Paraguai, por sua vez, mantém relações diplomáticas com Taiwan.
A China, a segunda maior economia global, procura aumentar a sua influência na América Latina e investiu bilhões de dólares em infraestruturas na região. (AFP)