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Economia

Fazenda reduz para 3% projeção de alta do PIB

Estimativa anterior era de 3,2% para 2023 e foi revista devido ao 3º trimestre

21 de Novembro de 2023 às 23:01
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Guilherme Mello falou da meta de déficit zero em 2024
Guilherme Mello falou da meta de déficit zero em 2024 (Crédito: JOSÉ CRUZ / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL (21/9/2023))

O Ministério da Fazenda reduziu de 3,2% para 3% sua projeção para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Também houve revisão para 2024, de 2,3% para 2,2%. De acordo com relatório divulgado ontem pela Secretaria de Política Econômica, o recuo neste ano está ligado ao desempenho mais fraco do que o previsto da economia no terceiro trimestre, refletindo principalmente a desaceleração de operações no setor de serviços.

O mercado também já havia rebaixado suas estimativas para o PIB no ano, indicando números abaixo de 3%. A Fazenda ponderou que, apesar dessas alterações, a perspectiva ainda é de aceleração no ritmo da atividade neste último trimestre de 2023, motivada pelo crescimento de alguns subsetores menos sensíveis ao ciclo e pela resiliência do consumo das famílias, em função do aumento da massa de renda real do trabalho e das melhores condições no mercado de crédito.

Em compensação, a Fazenda voltou a revisar para baixo a projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023 -- enquanto que, para 2024, a expectativa para o índice subiu. A nova estimativa para este ano é de 4,66%, ante 4,85% antes, abaixo do teto da meta estipulado para 2023 (que é de 4,75%). Já para 2024, a estimativa para o IPCA foi de 3,40% para 3,55%.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou ainda que a pasta está confiante no avanço, no Congresso, das medidas para turbinar a arrecadação, ressaltando o texto que altera as regras de tributação federal sobre subvenções estaduais -- um dos principais projetos para aumentar o volume de receitas e ajudar a Fazenda na meta de déficit primário zero em 2024.

“O que vemos é um avanço das medidas, sim, após muitos debates, com ajustes dos textos, mas com compromisso e parceria muito grande do Congresso em aprovar medidas e garantir que, ao longo do tempo, sejamos capazes de recompor a base fiscal”, disse ele.

Entre os motivos apontados para a menor arrecadação de receitas da União neste ano, Mello reforçou o entendimento da Fazenda de que há um volume “expressivo” de créditos tributários sendo abatidos nas bases de cálculo, dado que teria surpreendido o governo. “Estamos trabalhando em todas as áreas para rever distorções”, afirmou o secretário. (Estadão Conteúdo)