Vida no exterior
Brasileiros buscam ganhar mais no Japão
O destino escolhido foi o Japão, mesmo que a decisão significasse trabalhar 12 horas por dia
Assim como muitos brasileiros, a professora de educação física Fernanda Pires, de 27 anos, e o operador de máquinas Leonardo Tangoda, de 26, enfrentaram momentos difíceis na vida financeira. Em busca de estabilidade e segurança, o casal decidiu ir embora do Brasil.
O destino escolhido foi o Japão, mesmo que a decisão significasse trabalhar 12 horas por dia. Eles agora integram a comunidade brasileira no país asiático, que hoje ultrapassa 210 mil pessoas, segundo dados de 2023 da Agência de Serviços de Imigração.
O número de brasileiros caiu depois da crise econômica global de 2008. Havia 317 mil brasileiros no Japão naquele ano. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima que pelo menos 50 mil pessoas retornaram ao País entre 2008 e 2009. A partir de 2010, o número se manteve praticamente estável.
Segundo Angelo Ishi, professor de sociologia da Musashi University, em Tóquio, um dos motivos para a manutenção do número de brasileiros no Japão é o fato de o país asiático ter começado a buscar mão de obra de outras nacionalidades, como indonésios, filipinos, malaios e vietnamitas.
Com isso, o imigrante brasileiro passou a disputar espaço no mercado com outros profissionais estrangeiros.
Quem deseja migrar para o país também deve ficar atento aos gastos da região em que pretende morar. De modo geral, o custo de vida no Japão é, em média, 26,8% maior que no Brasil. O item mais caro é o aluguel, 70% superior se comparado ao do Brasil, segundo informações do site Numbeo, base de dados sobre percepção de custo vida.
O aluguel em Yokohama é 18,8% mais caro que em São Paulo. Em cidades menores do país, a tendência é de que os valores sejam menores. Sobre a remuneração, não é possível cravar o salário mínimo de todo o país, pois cada província define a média salarial. Em Tóquio, o salário mínimo por hora é de 1.113 ienes (o que equivale a R$ 35,77). (Estadão Conteúdo)