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Economia

Com novo corte, Selic baixa para 12,25%

Copom reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual pela terceira vez consecutiva

01 de Novembro de 2023 às 23:01
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Banco Central sinalizou novas quedas nas próximas reuniões
Banco Central sinalizou novas quedas nas próximas reuniões (Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL)

Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou ontem, dia 1º de novembro, novo corte de 0,5 ponto porcentual para a Selic, que passou de 12,75% para 12,25%, no momento em que o governo discute a revisão da meta de déficit zero para as contas públicas em 2024. Foi o terceiro corte consecutivo de 0,5 p.p.

Em comunicado divulgado após a reunião, o colegiado repetiu a defesa da “firme persecução” das “metas fiscais já estabelecidas” para a redução das expectativas de inflação. “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, diz o texto.

O valor da nova meta fiscal vai depender de uma definição mais clara de quanto o governo conseguirá obter de aumento de receitas com as medidas já apresentadas ao Congresso. Para atingir a atual meta, a equipe econômica teria de buscar R$ 168,5 bilhões em receitas extras.

O BC afirmou que o novo corte da taxa básica de juros foi “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025”.

O Copom indicou ainda que, mantidas as condições atuais, a Selic poderá ser reduzida “na mesma magnitude” (em 0,5 ponto) nas próximas reuniões. O colegiado volta a se reunir no início de dezembro. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o comunicado do Copom.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) “compreensível, mas insuficiente”. A entidade ressaltou que a taxa de juros real (acima da inflação) está em 8,5% ao ano, 4 pontos percentuais acima dos juros neutros, que não estimulam nem desestimulam a atividade econômica.

Já a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) considerou a decisão acertada, em função do cenário econômico atual. A entidade avalia que os dados recentes evidenciam dinâmica mais favorável da inflação para o consumidor. Apesar da análise positiva, a Firjan destacou que fatores externos trazem incertezas ao cenário atual, como a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos e a guerra no Oriente Médio, que trouxe preocupações para o mercado de energia.

As centrais sindicais também consideraram insuficiente o corte de meio ponto nos juros básicos. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Selic ainda está em nível alto, que atrapalha a recuperação econômica e ainda não é possível observar efeitos da queda da Taxa Selic sobre os juros cobrados pelos bancos.

Estados Unidos

O Federal Reserve (Fed) manteve inalterada, também ontem, sua taxa de juros de referência entre 5,25% e 5,50% pela segunda reunião consecutiva, buscando conter a inflação.

A decisão do Fed, amplamente antecipada pelos mercados, deixa a taxa de referência no maior nível em 22 anos, mas permite, segundo o banco central americano, que suas autoridades “avaliem informações adicionais e suas implicações na política monetária”, indica o comunicado final do encontro de dois dias de seu comitê de política monetária. (Estadão Conteúdo, Agência Brasil e AFP)