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Economia

Metas de descarbonização e inclusão social vão exigir US$ 56 tri do G20

Consultoria McKinsey analisa dimensão do esforço a ser feito pelos países até 2030

21 de Outubro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Investimentos terão impacto na produtividade e no crescimento das economias
Investimentos terão impacto na produtividade e no crescimento das economias (Crédito: MARIO TAMA / GETTY IMAGES / AFP (19/10/2023))

Melhorar o padrão de vida da população de baixa renda, reduzindo, ao mesmo tempo as emissões de carbono em direção à neutralidade, vai exigir do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, investimentos ao redor de US$ 56 trilhões em valores acumulados até o fim desta década.

A estimativa é feita pela consultoria McKinsey em estudo que traz uma dimensão do esforço a ser feito pelos países até 2030 para alcançar esses dois grandes objetivos. São recursos consideráveis, mas que podem ter impacto positivo na produtividade e crescimento das economias.

Só em descarbonização, com vista ao compromisso de neutralidade das emissões assumido no Acordo de Paris até 2050, serão necessários investimentos de aproximadamente US$ 35 trilhões no G20 ainda nesta década. Outros US$ 21 trilhões terão que ser investidos para melhorar o padrão de vida de 2,6 bilhões de pessoas que vivem nesses países abaixo da chamada linha de empoderamento econômico.

Somados os dois valores, os investimentos em inclusão social e sustentabilidade correspondem, em porcentual anualizado, a 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) somado do G20.

Apesar do progresso observado na direção de eliminar a pobreza extrema, mais da metade da população do G20 (53%) vive abaixo da linha de empoderamento econômico -- isto é, não dispõe de recursos mínimos para acessar toda gama de produtos e serviços básicos. Pessoas que ultrapassam essa linha ainda têm uma vida simples, porém suas necessidades básicas são suficientemente atendidas e elas conseguem ter alguma folga, ainda que modesta, para eventuais gastos imprevistos. Também têm, conforme explica a McKinsey, melhores condições de se tornarem mais produtivas.

Índia e África do Sul são os países em situação mais crítica, com mais de três quartos da população abaixo da linha de empoderamento econômico. Na sequência, aponta o estudo, aparecem Brasil, China, Indonésia e México, países em que metade ou mais da população está abaixo da linha. Mesmo em economias mais desenvolvidas da Europa e da América do Norte, por volta de 20% a 30% da população não tem recursos mínimos para acessar todos produtos e serviços essenciais.

Já na análise da descarbonização das economias, a McKinsey reconhece o progresso na redução das emissões nos últimos anos. Mas lembra que, na comparação com o patamar do início da década, os países precisam cortar as emissões em quase 50% até 2030, de modo a alcançar a tempo a meta de carbono zero. Para acabar com essas emissões, frisa a consultoria, muito investimento ainda precisa ser feito na transição energética.

O crescimento econômico é apontado como o elemento mais importante, em especial na inclusão social. Altas taxas de crescimento da economia, se obtidas de maneira constante, são metade do caminho em direção aos objetivos de inclusão e sustentabilidade. (Estadão Conteúdo)