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Economia

Volume de serviços recua 0,9% em agosto

Resultado negativo do setor contrariou previsões de economistas

17 de Outubro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Juros ainda elevados prejudicam desempenho dos serviços
Juros ainda elevados prejudicam desempenho dos serviços (Crédito: ARQUIVO / AGÊNCIA BRASIL)

O volume de serviços prestados no País recuou 0,9% em agosto ante julho, eliminando parte da expansão de 2,1% acumulada nos três meses anteriores, segundo os dados divulgados pelo IBGE. O resultado negativo superou até mesmo as previsões mais pessimistas de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que previam uma alta mediana de 0,5% O setor trabalha em patamar 11,6% superior ao de fevereiro de 2020, antes do agravamento da epidemia de Covid-19.

“Ainda é cedo para dizer se o número divulgado hoje (ontem) revela uma tendência de desaceleração do setor mais forte do que prevíamos. Acreditamos que os serviços devem seguir andando de lado até o fim do ano, impactados pelo efeito dos juros altos na economia. Nossa previsão é de que o setor termine o ano com expansão de 2,7%”, escreveu a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário. “Além disso, por enquanto, o resultado divulgado não altera nossa previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3%, em 2023, e de 1,5% em 2024.”

O desempenho do setor de serviços em agosto foi condizente com uma conjuntura marcada pelo nível de juro elevado, observou o economista Matheus Pizzani, da corretora CM Capital.

Na passagem de julho para agosto, quatro das cinco atividades do setor de serviços pesquisadas pelo IBGE registraram perdas, com destaque para os transportes (-2,1%). Todos os modais tiveram resultado negativo no período: terrestre (-0,9%), aquaviário (-1,3%), aéreo (-0,3%) e armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio (-5,5%).

Os demais segmentos com recuo em agosto ante julho foram serviços prestados às famílias (-3,8%), serviços de informação e comunicação (-0,8%) e outros serviços (-1,4%). Na direção oposta, o único avanço foi em serviços profissionais, administrativos e complementares (1,7%). (Estadão Conteúdo)