Economia
Pix pode ser utilizado em compras no exterior
Sistema funciona no Chile, Argentina, Portugal e Estados Unidos
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta semana que a internacionalização do Pix é um processo contínuo, mas que o sistema de pagamento instantâneo já pode ser usado em diversos países. Segundo o Banco Central, o Pix funciona em locais como Chile, Argentina, Estados Unidos, Portugal, França, entre outros.
Para que seja possível utilizar o sistema no exterior, é necessário que tanto o usuário recebedor como o usuário pagador tenham contas em instituições participantes do Pix no Brasil e conta em real, informa o Banco Central.
Outra opção é quando um estabelecimento do exterior recebe por meio de um e-FX, como são chamadas as facilitadoras de pagamentos internacionais. Nesse caso, o pagador efetua um Pix da sua conta no Brasil para o agente e-FX que, por sua vez, realiza uma remessa internacional para o estabelecimento.
O Banco Central considera que a ampla adesão ao Pix pela população brasileira tornou cada vez mais comum a oferta de soluções voltadas ao mercado internacional. “Apesar de estar sendo realizado no exterior, o Pix não é considerado uma transação transfronteiriça, porque não há câmbio envolvido. Enxergamos como se a transação estivesse ocorrendo no Brasil”, informou o Banco Central.
O órgão ainda ressaltou que está acompanhando iniciativas e discussões sobre interligações de sistemas de pagamentos de diferentes países, viabilizando pagamentos transfronteiriços de forma mais ágil e prática. A agenda, no entanto, não depende apenas do Brasil.
Para que seja possível um sistema de pagamento instantâneo entre os países, é necessário interligar os sistemas domésticos de diferentes jurisdições, explica o Banco Central. Isso pode ser feito de duas maneiras: 1 - Links bilaterais, que conectam ecossistemas de pagamentos instantâneos dois a dois. Trata-se de uma forma mais simples de viabilizar a conexão, porém mais complexa para ter alcance mundial. 2 - Link multilateral: vincula todos os ecossistemas de pagamentos instantâneos de uma só vez, usando uma estrutura ou plataforma comum. É mais complexo de alcançar, mas tende a ser mais eficiente de forma global.
O Pix já foi pensado para estar pronto para estabelecer esses vínculos no futuro, segundo o Banco Central. (Estadão Conteúdo)