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Economia

Inflação de setembro tem alta de 0,26%

IPCA do mês passado subiu menos que o esperado pelo mercado e taxa acumulada em 12 meses ficou em 5,19%

11 de Outubro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Enquanto combustíveis contribuíram para elevar o índice, alimentos ajudaram a segurar
Enquanto combustíveis contribuíram para elevar o índice, alimentos ajudaram a segurar (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO / ARQUIVO JCS (8/6/2022))

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro com alta de 0,26%, ante 0,23% em agosto, informou ontem (11) o IBGE. A taxa acumulada em 12 meses passou a ser de 5,19%, também acima do resultado até agosto (de 4,61%).

Ainda assim, o número final em setembro surpreendeu o mercado, que esperava variação de até 0,38%, segundo sondagem do Projeções Broadcast. No fim, o IPCA mais baixo do que o esperado reacendeu a avaliação de que a inflação deste ano pode ficar abaixo do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,75% -- o que daria à autoridade monetária condições para manter a previsão de dois novos cortes de 0,5 ponto porcentual cada da Selic, até o fim do ano.

Após a divulgação dos dados, a LCA Consultores diminuiu a sua projeção de inflação de 2023, de 4,8% para 4,7%, já abaixo do teto da meta. Outras instituições, como Bradesco, Itaú Unibanco e WHG, conservaram as estimativas de um IPCA entre 4,8% e 4,9%, mas reconheceram viés de baixa nas projeções. O banco britânico Barclays destacou que a redução da defasagem entre os preços domésticos e internacionais de combustíveis -- de 20%, há duas semanas, para 9% ontem -- sugere espaço para inflação menor no Brasil.

Apenas as altas de preços da gasolina e das passagens aéreas responderam, juntas, por cerca de 80% de toda a inflação em setembro. A gasolina aumentou 2,80%, subitem com a maior contribuição individual, de 0,14 ponto porcentual. Além da gasolina, o óleo diesel ficou 10,11% mais caro, e o gás veicular subiu 0,66%. Já o preço do etanol caiu 0,62%.

Por outro lado, os preços dos alimentos completaram em setembro quatro meses seguidos de quedas, contribuindo para deter a inflação no País no período. O grupo alimentação e bebidas acumula retração de 2,65% desde junho. Em setembro, as famílias pagaram menos por produtos como batata inglesa (-10,41%), cebola (-8,08%), ovo de galinha (-4,96%) e leite longa-vida (-4,06%).

“Os preços dos alimentos estão caindo por maior disponibilidade, maior oferta de produtos no mercado”, justificou André Almeida, gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE. “A safra tem contribuído para uma maior disponibilidade dos alimentos no mercado. Tem maior oferta por maior safra, a maior produção tem contribuído para uma maior redução nos preços dos alimentos”, explicou, acrescentando que a redução de preços de algumas commodities também pode ter contribuído, além de uma queda nos custos de produção.

Os preços das carnes já acumulam queda de 11,55% de janeiro a setembro de 2023. Os preços das aves e ovos acumulam recuo de 7,93% no ano, enquanto os óleos e gorduras caíram 17,41%.

A inflação de serviços -- usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços -- passou de um aumento de 0,08% em agosto para uma alta de 0,50% em setembro, informou o IBGE.

Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 1,26% em agosto para aumento de para 1,11% em setembro. (Estadão Conteúdo e Redação)