Economia
Setor imobiliário e Caixa pressionam BC por mais crédito
Os representantes das construtoras ganharam um aliado de peso no pleito para a redução do compulsório bancário como forma de irrigar os financiamentos imobiliários. A Caixa entregou no início desta semana a mesma proposta ao Ministério da Fazenda, e, segundo a presidente do banco, Rita Serrano, a discussão vai envolver também o Banco Central (BC). Essa demanda vem sendo defendida pelas empresas desde o começo do ano, mas sem acolhimento da autoridade monetária.
“É necessário repensar o compulsório. Propusemos liberar o compulsório desde que vinculado ao financiamento imobiliário”, disse Serrano, durante participação em fórum organizado em São Paulo pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que reuniu mais de 600 agentes do mercado.
A presidente da Caixa admitiu que o crédito imobiliário tem sido afetado pela perda de recursos da caderneta de poupança, que é a principal fonte de dinheiro para abastecer os empréstimos destinados à compra e à construção de moradias.
O depósito compulsório obriga bancos e instituições financeiras a depositarem parte dos recursos captados dos clientes, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, em uma conta do BC. Os recolhimentos podem ser usados pelas instituições financeiras em momentos de crise.
A proposta em debate é de diminuir em 5% o compulsório, liberando os recursos para os bancos concederem crédito imobiliário. Isso poderia injetar R$ 38 bilhões em recursos no mercado, pelos cálculos do setor. (Estadão Conteúdo)