Economia
Arrecadação cai pelo terceiro mês seguido
Total em agosto, de R$ 172 bilhões, foi 4,14% menor que mesmo mês de 2022
Seguindo a trajetória de desaceleração dos últimos meses, a arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 172,785 bilhões em agosto. O resultado representa uma queda real (descontada a inflação) de 4,14% na comparação com o mesmo período do ano passado -- quando o recolhimento de tributos somou R$ 172,314 bilhões, em termos nominais. Foi o terceiro mês consecutivo de queda na arrecadação.
Em relação a julho deste ano, a arrecadação desabou 14,59%. De acordo com a série histórica da Receita Federalç, esse é o pior resultado para agosto desde 2021, quando a arrecadação somou R$ 155,3 bilhões, em termos reais. De janeiro a agosto de 2023, a arrecadação federal somou R$ 1,517 trilhão.
Mesmo com a retração real de agosto, o volume ainda é o segundo melhor para o período na série histórica, iniciada em 1995, em valores corrigidos pelo IPCA. O montante representa queda real de 0,83% na comparação com os primeiros oito meses de 2022.
A desaceleração do recolhimento de impostos pelas empresas tem colocado os técnicos da Receita Federal em alerta. Os números divulgados ontem confirmam um cenário ainda mais desafiador para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que se comprometeu a zerar o rombo das contas públicas em 2024 e, para isso, precisa arrecadar R$ 168 bilhões em receitas extras.
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, avaliou que, após um ano de arrecadação recorde ao longo dos meses de 2022, os tributos ligados às empresas estão puxando para baixo o desempenho da arrecadação em 2023. O recolhimento de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) caiu 23,30% na comparação de agosto deste ano menor que no mesmo mês de 2022. (Estadão Conteúdo)