Economia
Ex-CEO e Americanas trocam acusações sobre fraudes
Miguel Gutierrez disse que companhia protege quem deveria ressarci-la
O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, rebateu -- por meio de nota redigida pela sua defesa -- as acusações feitas pelas Americanas na Justiça em relação a fraudes na administração da companhia. “É incompreensível a insistência da Americanas em se precipitar à conclusão das autoridades para proteger seus acionistas controladores e membros do conselho de administração -- que têm responsabilidade nas áreas financeira e contábil”, diz a nota.
O texto continua afirmando que “a companhia tropeça, assim, na tentativa de proteger pessoas que teriam muito mais condições de ressarci-la pelos danos que diz ter sofrido”.
A resposta de Gutierrez vem após a Americanas apresentar um agravo no processo movido pelo Bradesco na busca da produção antecipada de provas. A varejista afirma, entre outras coisas, que o ex-CEO teria passado a agir de forma orquestrada com a instituição financeira nesse processo.
“Logo após a petição do Bradesco, numa jogada milimetricamente combinada, Miguel Gutierrez apresentou sua manifestação respondendo à petição do agravado e juntando declaração (supostamente por ele escrita), em que buscaria tornar públicos os esclarecimentos necessários a se desfazer integralmente as aleivosias e os ataques reiteradamente realizados sem qualquer lastro probatório”, diz a Americanas em seu agravo.
A varejista afirmou ainda que, em sua declaração, Gutierrez “não só não traz qualquer prova do que diz, como, ao contrário, sua narrativa totalmente falaciosa é facilmente desmentida por um conjunto irrefutável de evidências”.
Sobre as evidências apontadas pela empresa, a defesa do ex-CEO diz que os documentos são selecionados para compor a narrativa da atual administração e que, ainda assim, não relacionam o ex-executivo ao ponto central da fraude.
“Mais uma vez, a atual administração das Americanas pinça documentos fora de contexto na tentativa de corroborar sua narrativa falsa e incomprovada de que Miguel Gutierrez teria participado de uma fraude. As novas alegações da companhia serão rebatidas nos foros próprios do processo”, diz a nota. (Estadão Conteúdo)