A Justiça de Minas Gerais aceitou ontem o pedido de recuperação judicial apresentado pela 123milhas. Com a decisão, assinada pela juíza Cláudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, ficam suspensas por 180 dias todas as ações e execuções contra a agência digital de viagens.

Com dívida declarada de R$ 2,3 bilhões, a empresa havia ajuizado o pedido de recuperação na terça-feira. A 123milhas entrou na mira das entidades de defesa do consumidor depois de cancelar pacotes de viagens já pagos; os clientes reclamam de dificuldades para recuperar o dinheiro.

Num cálculo inicial, a relação de credores da empresa soma mais de 700 mil pessoas físicas, segundo a juíza. Ela determinou que o plano de recuperação contenha medidas de reparação a esses consumidores.

A decisão dá prazo de 15 dias para que os credores enviem aos administradores judiciais da empresa eventuais divergências nas dívidas apresentadas pela 123milhas.

A juíza ainda pediu para a empresa enviar a documentação faltante, como a relação de empregados, bens de administradores, extratos bancários e demais dados pessoais, que serão inseridos em caráter sigiloso no processo.

Além da 123milhas, também assinam como requerentes da recuperação judicial a Nouvem, holding que detém 100% do controle da companhia, assim como a Art Viagens. A empresa é uma das principais fornecedoras da 123milhas e figura como garantidora em uma série de contratos e obrigações, ocupando, inclusive, a posição de devedora solidária. (Estadão Conteúdo)