Economia
Ministro da Argentina anuncia pacote econômico
O ministro da Economia da Argentina anunciou no domingo uma série de medidas econômicas, em um esforço para responder à difícil situação atravessada pelo país, poucas semanas após as primárias presidenciais castigarem o governo nas urnas.
Também candidato presidencial, Massa disse que as medidas são destinadas a “cuidar das famílias argentinas”, que têm sofrido as consequências da desvalorização cambial, da seca e da falta de reservas em dólares. Elas incluem benefícios para aposentados, pequenas e médias empresas, trabalhadores independentes, assalariados, o setor agrário e grupos que dependem de programas do Estado, indicou, e também créditos, benefícios e redução de impostos.
Os aposentados, estimados em 7 milhões, receberão em setembro, outubro e novembro um adicional de 37 mil pesos argentinos (US$ 105), elevando a pensão mínima a 124 mil pesos (US$ 354). Além disso, caso comprem com cartão terão devolução do valor pago com o imposto sobre valor agregado até 18 mil pesos (US$ 51), e terão ainda oferta de créditos preferenciais. O objetivo para esse grupo, segundo Massa, é “continuar a cuidar de nossos aposentados”.
Os trabalhadores independentes estarão isentos de pagar impostos durante seis meses e terão acesso a crédito, entre outras medidas, acrescentou o ministro. Também haverá créditos especiais para assalariados a taxas especiais, para que possam saldar dívidas e créditos, segundo ele.
Haverá reforço no chamado “Cartão Alimentação” para as mães, que irá aumentando conforme o número dos filhos. No setor agrário, haverá financiamento para fertilizantes para os produtores em segmentos declarados em “emergência” pela seca, detalhou Massa nas redes sociais. No caso da farinha, do azeite e da soja, será facilitado o crédito como incentivo à manutenção de empregos, incentivando também a criação de postos de trabalho no longo prazo, acrescentou.
Massa ainda anunciou US$ 770 milhões para financiamento a exportações. Os anúncios ocorrem após vários supermercados e comércios de diferentes cidades terem sido alvo de violentos saques nos últimos dias no país.
A violência levou muitos negócios a fechar sua porta. A pobreza afeta quase 40% da população e a inflação está em 113,4%, na comparação anual de julho. Há ainda incerteza eleitoral antes da disputa de 22 de outubro, após o ultradireitista Javier Milei aparecer à frente nas primárias. (Estadão Conteúdo)