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Economia

Exportação à Argentina poderá ser feita em yuan

23 de Agosto de 2023 às 23:01
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Fernando Haddad: governo elaborou proposta
Fernando Haddad: governo elaborou proposta (Crédito: MICHELE SPATARI / AFP (23/8/2023))

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que o governo elaborou uma proposta de garantia em yuan, a moeda chinesa, a exportadores brasileiros que vendem produtos à Argentina. O Banco do Brasil fará o câmbio do yuan para o real. Haddad disse que inicialmente essa operação deverá envolver um volume de recursos entre US$ 100 milhões (por volta de R$ 486 milhões) e US$ 140 milhões (R$ 680 milhões).

O objetivo é garantir o pagamento dos exportadores nacionais. O câmbio será feito em Londres, onde a operação pode ser viabilizada, conforme o ministro. “Poderíamos manter o yuan, mas vamos fazer o câmbio. Exportou, recebe em real”, disse Haddad, que está em Johannesburgo, no encontro dos Brics, grupo de países emergentes, que inclui Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul, que neste ano é sede do encontro.

“Já encaminhamos ao governo argentino uma proposta de garantia em yuan, das exportações brasileiras, com a garantia do Banco do Brasil de fazer o câmbio para reais, a partir dessa garantia”, disse o ministro.

“Para os exportadores brasileiros será uma coisa boa, se a Argentina concordar, porque eles podem ter algum fluxo de venda de seus produtos com 100% de garantia, e para o Brasil sem problemas porque o câmbio vai ser feito do yuan para o real, e isso tranquiliza também o Tesouro Nacional porque não há risco de default (calote)”, disse. O governo brasileiro não teve ainda resposta.

Moeda do Brics

Em discurso na Cúpula dos Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a criação de uma moeda para transações comerciais entre os países do bloco reduzirá vulnerabilidades dessas nações.

“A criação de uma moeda para as transações comerciais e investimentos entre os membros do Brics aumenta nossas condições de pagamento e reduz nossas vulnerabilidades”, disse Lula durante a plenária. Ele também afirmou que o interesse de outros países em se juntar ao Brics demonstra a relevância crescente do bloco.

O presidente brasileiro criticou os atuais modelos de financiamento globais, que são prejudiciais aos países em desenvolvimento, segundo ele. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)