Economia
Confiança da indústria atinge em agosto melhor nível desde outubro, mostra CNI
Na avaliação da economista Larissa Nocko, entre os fatores que influenciaram essa melhora no ambiente estão o primeiro corte da taxa básica de juros
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), avançou em 20 entre 29 setores pesquisados em agosto, em todas as regiões do País, embora no Sul tenha ficado abaixo da linha do otimismo. Conforme a instituição, estão confiantes 23 de 29 setores industriais, em todos os portes de indústria e, com a exceção da região Sul, em todas as regiões do Brasil. "É o melhor mês para a confiança da indústria desde outubro de 2022", afirma o documento da CNI.
O Icei varia de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam otimismo do empresário. Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança do empresário. Foram ouvidos 1.963 empresários entre 1º e 9 de agosto.
O índice subiu em 20 setores, sendo que quatro passaram do patamar de falta de confiança para a confiança: Metalurgia, Produtos de metal, Móveis e Veículos automotores. A confiança recuou em oito setores, entre eles, o Têxtil cruzou a linha da confiança para a falta de confiança. Saiu de 52 pontos para 49,3 pontos.
Análise
Na avaliação da economista da CNI, Larissa Nocko, entre os fatores que influenciaram essa melhora no ambiente estão o primeiro corte da taxa básica de juros, anunciado no início de agosto, a perspectiva de uma trajetória de queda ao longo do segundo semestre de 2023, além do desempenho positivo no varejo, no setor de serviços e no mercado de trabalho formal.
Os setores mais confiantes da economia são: Perfumaria, limpeza e higiene pessoal com 59,6 pontos; Extração de minerais não-metálicos com 56,8 pontos; Manutenção e reparação com 56,5 pontos; e Biocombustíveis, que subiu para 56,2 pontos.
Os setores com menos confiança são: Madeira que caiu de 44,2 pontos em julho para 43,8 pontos agosto; Produtos de borracha passou de 44,8 pontos para 44 pontos neste período; e Couros e artefatos de couro perdeu dois pontos e ficou com 46,7 pontos neste mês.
Região Sul mantém baixa confiança
O índice avançou em todas as regiões do Brasil. A maior alta ocorreu na região Centro-Oeste na passagem de julho para agosto, com aumento de 3,1 pontos. Também houve forte avanço nas regiões Nordeste, com alta de 2,3 pontos e de 2,2 pontos no Sudeste.
A melhora do indicador foi mais moderada nas regiões Sul, com alta de 1,1 ponto, e no Norte, onde subiu 0,9 ponto.
Ainda que também tenha avançado no Sul, o índice na região se manteve no patamar de baixa confiança, ficando com 49,9 pontos de média.
Contudo, a CNI destaca que a região está bem próxima da linha de corte para recuperação de confiança. (Estadão Conteúdo)