Economia
China lança medidas para fortalecer mercados
A China anunciou ontem detalhes sobre como planeja implementar um pacote de medidas para fortalecer mercados acionários e de títulos no país, de forma a impulsionar a confiança do investidor. Entre elas, o país visa principalmente relaxar restrições para fundos, incluindo sobre regras para investimentos estrangeiros.
Segundo a emissora CCTV, as informações foram fornecidas por uma autoridade da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários chinesa, conhecida como CSRC em inglês, em coletiva de imprensa para veículos locais. A autoridade descreveu os planos para cada um dos mercados financeiros chineses, que consistirá em diversos passos e reformas do sistema atual, envolvendo, por exemplo, as bolsas de Pequim e Hong Kong.
As medidas fazem parte do pacote amplo anunciado pelo Politburo no final de julho, com o objetivo de estabilizar confiança no curto prazo e melhorar o sistema de capital no longo prazo. Entre as medidas, a autoridade destacou o relaxamento de restrições para índices acionários e futuros de títulos do Tesouro da China e promoção do crescimento das ofertas públicas e investimentos.
A chinesa Zhongrong International Trust, vendedora de produtos financeiros que tinha o equivalente a US$ 108 bilhões em ativos sob gerenciamento no fim de 2022, tornou-se a mais recente preocupação do mercado. Quatro produtos de trust gerenciados pela empresa deixaram recentemente de pagar juros e o principal, em um total de US$ 14 milhões para três companhias publicamente listadas na China, segundo documentação à bolsa de valores. Sediada em Pequim, a Zhongrong tem dado financiamento a muitas incorporadoras e ajudou-as a financiar projetos de construção.
A Zhongrong é parte de um conglomerado financeiro maior, chamado Zhongzhi Enterprise Group, que detém vários negócios de gerenciamentos de riquezas. Caso seus problemas de pagamento se tornem uma bola de neve, isso poderia ameaçar muitos outros produtos de investimento vendidos a muitas companhias e indivíduos do país.
Na quinta-feira, a China Evergrande Group protocolou pedido de proteção dos ativos no âmbito do Capítulo 15 do código de falência dos EUA em Nova York. O dispositivo protege os ativos da empresa nos EUA enquanto os acordos de reestruturação de dívidas são elaborados.
O movimento levanta preocupações sobre efeitos cascata, já que a China enfrenta um crescimento econômico lento e um setor imobiliário vagaroso. (Estadão Conteúdo e Redação)